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Homem-Aranha Carrega a Essência da Responsabilidade de ser um Herói

Se há alguma dúvida pairando na cabeça de alguém ou de alguns, que esta seja uma das frases mais famosas da cultura pop (aliás, transcende a cultura pop!) , eu desconheço estes seres humanos. Nos anos 60, Tio Ben, proferia estas sábias palavras para o seu amado e querido sobrinho, Peter Parker, o Homem-Aranha. Palavras que ecoam até hoje, sejam nos seus filmes, quadrinhos, séries animadas e etc.

Muito diferente da maioria dos heróis já estabelecidos, Homem-Aranha sempre foi um grande ponto fora da curva dos personagens SUPER. A DC sempre teve em seu arsernal de personagens, deuses, grandes, ultrapoderosos e em contrapartida, a linha da Marvel trouxe sempre algo mais humano. Seguindo esse pensamento, o Amigão da Vizinhança, caiu sempre mais a fundo nesse conceito que tanto a editora preza. Sendo isso, uma das principais características que Lee e Ditko queriam para o Teioso.

O que posso ter escrito e o que irei escrever, já pode ser óbvio, mas enquanto fã na enésima potencia de Homem-Aranha, acho sempre deveras importante ressaltar tais pontos que fazem o personagem ser tão amado por tantos.

Nota-se a grandiosidade de um produto, quando ele possui séries desde a década de sua criação, passando até por uma versão bizarra em tokusatsu, chegando a excelentes animações como “Spetacular Spider Man” de 2008 e “Ultimate Spider Man” de 2012 pela Disney Channel.

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E já chegas as grandes telas o sexto filme, o segundo reboot de uma vindoura franquia, resultado de uma parceria entre a Sony e a Marvel Studios.

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Como já dito acima, Homem-Aranha é um produto, e isso é claro, mas tamanha grandiosidade se dá por conta que o personagem transcende esse status. Ter um sexto filme quer dizer muita coisa além de: “Nós precisamo ganhar dinheiro e não podemos perder os direitos e blablabla”. Há alguns deslizes tanto na clássica trilogia Sam Raimi, como nos dois filmes feitos por Mark Webb, mas algo que sempre foi respeitado foi a humanidade de Peter Parker.

No nosso dia a dia, quem nunca passou por ter que fazer mil coisas ao mesmo tempo e quase sem tempo para tudo. Quem nunca ficou sem dinheiro para pagar uma conta ou um boleto? É a realidade de muitos nesse mundinho chamado terra. A gama dos heróis, em ambas as casas, DC e Marvel, sempre que encarnaram seus alter egos, devido a idade e maturidade, assumiram sempre mais responsabilidade e melhores escolhas. Claro, nem sempre tão rápido, mas a caminhada de A para B, foi mais curta para a grande maioria.

Entretanto, o Escalador de Paredes teve/tem (sempre tem um reboot na caceta desses universos) uma odisseia muito maior nesse longo caminho. Por ser apenas um garoto do high school, Parker enfrenta todo os dilemas da idade, da mudança, dos problemas, dos estudos e etc. E o fator “maturidade” é determinante no que diz respeito a sua história. Imagine ganhar super-poderes em sua época de escola, a primeira atitude, provável, seria de contar para seus amigos, exibir, veja bem, o próprio Tom Holland em entrevista para o Jovem Nerd, disse que se tivesse super-poderes, a primeira coisa que faria seria postar no Instagram.

Imagine ainda que você sofra bullying ou nunca foi bom nos esportes! Seria uma oportunidade perfeita para dar uns tabefes num Flash Tompson e mostrar pro seu professor de Educação Física que você consegue se esquivar de todas as bolas em um jogo de carimba/porradoball. E aquela crush? “Como usarei meus poderes para levá-la para um passeio???!!!”. Com Peter não foi diferente, um pouco menos exagerado, mas ainda assim, como um ser humano com falhas, usou os poderes para seus bens próprios, para aparecer em shows de televisão, em lutas livres, como mostra em suas primeiras hq’s, e em seu primeiro filme de 2002, e sim! para comprar um carro para impressionar a crush! Vê ?

Tomo a liberdade de pegar emprestada uma excelente frase dita por Bruce Wayne em Batman Begins:

“As pessoas precisam de exemplos dramáticos para saírem da apatia”

Podemos fazer um paralelo usando a sentença acima. Peter não estava usando seus poderes para servir ao bem maior, sua nova dádiva estava sendo usada em prol dele mesmo, de forma egoísta e arrogante. E seu tio, sua figura paterna, de moral e criação, vem a falecer em uma terrível tragédia. O choque faz cair a sua ficha. Trazendo reflexão para sua vida e fazendo a mente do futuro herói atingir um novo status quo.

“Ser um herói deve ser muito fácil, eu salvo aqui, salvo lá, prendo na teia aqui, penduro aqui, vou pra casa e durmo e amanhã é outro dia.” É, deve ser, pro Super Homem, talvez. É tudo mais difícil do que o nosso adolescente pensava, como conciliar tudo nessa vida dupla? Como aparecer com o rosto cheio de hematomas em casa? Que desculpa inventar dessa trigésima vez? É tudo muito complicado, de uma magnitude que ele toma consciência que é maior que ele.

E onde entra o tal do “Homem-Aranha Carrega a Essência da Responsabilidade de ser um Herói” que é título do texto?

A resposta é simples: Além de ser alguém como nós, que sua boa escrita faz um paralelo excelente com a vida comum, Peter Parker, Homem-Aranha, experimentou toda uma vida de formação com seus super-poderes, de um espectro de A a B, ele fez todas as más escolhas que deveria fazer, as más escolhas que escolheu fazer, enfrentou de trás da máscara seus piores medos, experimentou, talvez, mais que qualquer herói já formado experimentou em toda sua vivência. Elogiado sempre por ser o que melhor esconde sua identidade secreta, isso vindo à tona principalmente na saga da “Guerra Civil“, onde a revelação de quem ele era abalou a todos. Perdeu quem amava mais de uma vez, e sempre carregou essa culpa consigo.

Juntando todos esses elementos, a obrigação que ele possui para com os outros é tamanha, que dar a própria vida, é uma opção totalmente plausível e sem pensar duas vezes, para ele. Sem querer receber os créditos por seus feitos, sem bajulação, e ainda aguentando o Clarim Diário sempre o denegrindo para os quatro cantos da grande Nova York.

Com bom humor, sempre, sempre o bom humor, Homem-Aranha resolveu seus problemas, mesmo a beira da morte, e isso, é uma importante lição do nosso Aracnídeo. Enfrentar nossas adversidades com o um largo sorriso no rosto e tirando sarro daquilo, chorar nós já choramos, rir, ah, meu amigo, rir é mais difícil, é tão fácil que é difícil, e todos nós devemos agradecer por Peter Parker e Homem-Aranha por sempre, SEMPRE nos lembrar disso, e acima de tudo, sorrir e ajudar com os nossos poderes a quem precisa.

Nós não precisamos de deuses invencíveis mega poderosos e sem fraquezas, nós precisamos de heróis humanos como Homem-Aranha.

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