Antes peça fundamental do Universo Ultimate, agora o Homem-Aranha de Miles Morales divide o universo regular da Marvel Comics com Peter Parker
Miles Morales tem chamado bastante atenção como Homem-Aranha ultimamente. Além das histórias escritas por Brian Michael Bendis (também seu criador) foi oficializado o protagonismo do herói para um longa animado do Cabeça de Teia para 2018.
A trama acompanha Miles Morales agora no universo regular da Marvel Comics, onde Ultimate e 616 se fundiram em apenas um ao final de Guerras Secretas. Sua vida pessoal está sendo cada vez mais negligenciada em prol dos seus momentos como Homem-Aranha, refletindo nas notas. Seu pai tenta acobertá-lo, mas não há muita coisa que fazer frente à fúria de sua mãe… e avó! Enquanto isso, inimigos do velho aranha tentam se aproveitar da situação.
É interessante a forma como é abordada a questão representativa na história. Ao “permitir” que o mundo saiba (através de uma youtuber) que o novo Homem-Aranha trata-se de um cara negro, Miles fica curiosamente incomodado com o ocorrido. Ele quer ser reconhecido pelos seus atos como qualquer um, e não por fatores como etnia. Ao mesmo tempo, ele usa como argumento o quão triste é ver uma pessoa atravessando a rua para não cruzar com um negro pela calçada. Ou isso é uma falha no roteiro, ou então temos um trabalho de amadurecimento para o personagem sendo desenvolvido. A conferir.
No mais, não há nada de tão incrível em termos de novidade apesar de novos golpes e personagens, mas é muito boa a forma como é trabalhada a relação de Miles com seu amigo Ganke (a chegada de um mutante na escola deixa tudo mais complexo), além dos seus problemas em casa, onde não consegue conciliar suas notas na escola ao mesmo tempo que salva os Vingadores das garras do filho do Mephisto, o Coração Negro. Além dele, temos um envolvimento pontual da Gata Negra na história, além de alguns segredos do pai de Miles com Maria Hill, a serem resolvidos no próximo arco do herói.
O Homem-Aranha vivido por Miles Morales é a essência do que gostamos do herói, com seus dramas colegiais paralelos com as boas ações. Nesse sentido, sua autenticidade está mais do que provada nas HQs. No Brasil, as histórias são publicadas pela Panini na revista O Espetacular Homem-Aranha.