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Heartstopper: um lugar seguro na 2ª temporada

Netflix lançou hoje, 3 de agosto, a 2ª Temporada de Heartstopper, série baseada na obra de Alice Oseman. A tão esperada sequência da série finalmente aconteceu após pouco mais de 1 ano do lançamento da sua primeira temporada. Se na primeira conhecemos o início do relacionamento entre Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor), agora podemos vê-los viver, de fato, esse romance.

Nesta segunda temporada, o que podemos esperar são risos bobos, coração aquecido e o desejo de: “O mundo seria mais incrível assim”. Charlie e seus amigos embarcam em aventuras que vão desde as festas na escola à Paris.

Além de Nick e Charlie como casal, também iremos continuar acompanhando o casal Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell), e finalmente veremos acontecer o romance entre Elle (Yasmin Finney) e Tao (William Gao).

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Apaixonados? Só um pouco

Nick e Charlie estão mais apaixonados, e apaixonantes, do que nunca. Como todo romance adolescente, eles são cheios de dúvidas, momentos impulsivos e desejam apenas aproveitar cada minuto ao lado da pessoa amada, mesmo que tais atitudes acabem atrapalhando no rendimento dos estudos e, é claro, na desaprovação dos pais com o relacionamento.

Os dois estão firmes no namoro e querem dar passos importantes no relacionamento, mas engana-se quem pensa que esse “passo” refere-se a sexo, é muito além disso. Nick e Charlie querem, acima de tudo, poder contar um com o outro na sua jornada.

Nick sofre com a pressão nos estudos, precisa lidar com o irmão babaca e o pai ausente que sequer sabe algo mais da sua vida além do fato de que ele joga rúgbi.

Enquanto isso, Charlie precisa controlar suas emoções e a vontade de estar o tempo inteiro com Nick, aprender a abrir-se para os amigos sobre o que sente e ter coragem de falar tudo aquilo que deseja, sem mais sentir-se culpado.

Também temos uma amostra do que esperar da terceira temporada (já confirmada pela Netflix) em relação à saúde física e mental do Charlie, que já fica óbvio que não está nada bem.

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O casal (in)esperado de Heartstopper

Elle e Tao tornou-se sem dúvida um dos casais mais queridos. Os dois têm uma amizade desde que Elle, uma garota trans, estudava no Truham (escola para garotos) e desde a primeira temporada percebemos o quanto a relação dos dois é forte e especial.

Na segunda temporada de Heartstopper, Elle e Tao finalmente puderam analisar se o que sentem um pelo outro é apenas amizade ou algo mais, alinhar todos os prós e contras e se jogar, sem medo, naquilo que o coração realmente quer.

“Nem sempre precisa entender para poder apreciar”

O romance deles é tão lindo e puro quanto os demais, como tudo o que a Alice Oseman desenhou/criou. É possível ver o amor acontecer livremente, sem barreiras de identidade de gênero ou sexualidade. A única coisa que impede os dois de se arriscar no sentimento é o medo de estragar sua amizade.

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Tara e Darcy é aquele casal que não acompanhamos o seu nascimento, porém podemos acompanhar o seu amadurecimento. Embora passe boa parte da série fazendo piada e rindo, Darcy esconde de seus amigos e de sua namorada os conflitos com sua mãe.

Esconder o que sente é o que Darcy faz de melhor, mas ela vai percebendo que não precisa fingir, ou fugir, para a sua namorada e seus amigos pois eles estão ali para o que ela precisar.

Inclusão e representatividade

Quando falo de inclusão, não me refiro apenas à inclusão da sexualidade, mas também a presença de pessoas pretas, trans e PCDs tendo seus momentos felizes e com comemorações. Sem mencionar o fato de que Isaac (Tobie Donovan) e Tori Spring (Jenny Walser) trazem consigo a representatividade assexual, pouco explorada mesmo em produções LGBTQIAPN+.

Fidelidade com a história

Quando sai a notícia de alguma adaptação de livro ou HQ, a maior preocupação do público é com a fidelidade. Felizmente, nós, fãs de Heartstopper, podemos respirar aliviados porque a fidelidade com a obra que vemos no blog da autora e nos livros é palpável a tal ponto de conseguirmos abrir o livro e ir acompanhando frame à frame.

Embora alguns personagens não apareçam no livro ou tenham seus nomes trocados, não faz diferença na totalidade na obra. A essência está ali (e muitas cenas também).

Heartstopper é um lugar seguro

A leveza e o respeito pelos próprios limites, o romance leve, nada apelativo, faz com que Hearstopper traga a sensação de lugar seguro e quentinho para que qualquer jovem-adulto assista e sinta-se confortável, feliz e imaginando o quanto seria lindo viver algo assim na vida real.

Com direito a festa do pijama, festas, viagem à Paris, beijos em público, amigos para todas as horas, pais e mães apoiando seus namoros e um baile de formatura recheado de casais apaixonados, jovens e felizes, em Heartstopper podemos ter uma demonstração de como o mundo poderia ser mais bonito para cada jovem LGBTQIAPN+.

Se eu pudesse escolher um lugar seguro para viver como sou, com certeza seria no universo de Heartstopper.