A estreia da 22ª temporada de Grey’s Anatomy marcou um dos episódios mais intensos da série em anos. Retomando exatamente de onde o final da temporada anterior parou, o episódio mostra as consequências da explosão que devastou parte do Grey Sloan Memorial, deixando médicos, pacientes e espectadores em suspense sobre quem sobreviveria. Com ritmo ágil e narrativa fragmentada entre diferentes núcleos, o episódio entrega drama médico clássico e reforça a ideia de que a série ainda sabe como reinventar suas tragédias. Confira a nossa crítica e recapitulação do que aconteceu no episódio 1.
Recapitulação do episódio 1 da temporada 22 de Grey’s Anatomy: o que aconteceu na estreia?
A explosão e o caos no Grey Sloan Memorial
O episódio começa imediatamente após a explosão que encerrou a 21ª temporada. O Grey Sloan Memorial está em ruínas, tomado por fumaça, sirenes e gritos de socorro. Os bombeiros tentam conter o fogo e resgatar as vítimas, enquanto Ben Warren (Jason George) luta para entrar no hospital — um retorno simbólico, já que ele deixou a carreira médica para se juntar ao batalhão.
Enquanto o caos domina os corredores, Meredith Grey (Ellen Pompeo) observa a situação do lado de fora. A médica está afastada do hospital, mas decide agir quando percebe que os pacientes evacuados precisam de ajuda. Meredith quebra o vidro da clínica e transforma o espaço em um centro de emergência improvisado, orientando os novos internos e lembrando por que é o coração da série, mesmo que agora atue à distância.
Dentro do hospital, Richard Webber (James Pickens Jr.) e Teddy Altman (Kim Raver) assumem o comando. Veteranos de inúmeras crises, eles organizam equipes e distribuem funções, tentando manter o controle em meio ao colapso estrutural. O episódio alterna entre diferentes grupos de médicos presos em setores isolados, enquanto o suspense cresce sobre quem sobreviverá.
O destino de Link e o desespero de Jo
Um dos dramas centrais da estreia é o estado crítico de Atticus “Link” Lincoln (Chris Carmack). Ele é encontrado preso sob destroços, com ferimentos graves no tórax e perda de sangue constante. A equipe médica, liderada por Owen Hunt (Kevin McKidd), Bailey (Chandra Wilson) e Ben, luta para removê-lo dos escombros. O resgate se torna uma corrida contra o tempo — e a tensão aumenta quando Link começa a perder a consciência.
Enquanto isso, Jo Wilson (Camilla Luddington) espera notícias no pronto-socorro. A personagem, que havia consolidado sua relação com Link na temporada anterior, se desespera com a possibilidade de perdê-lo. A narrativa intercala momentos de esperança e desespero, reforçando o vínculo entre os dois e a carga emocional que a tragédia traz para a equipe.
Quando Amelia Shepherd (Caterina Scorsone) tenta ajudar na cirurgia de Link, ela é afastada por Teddy. A neurocirurgiã não consegue manter o foco, dominada pela culpa por acreditar que contribuiu para o acidente. O roteiro explora a fragilidade emocional de Amelia, tema recorrente em Grey’s Anatomy, e a coloca novamente em um ciclo de dor e autopunição.
Após uma sequência de tentativas de estabilização e perda de sangue, a equipe consegue salvar Link. A recuperação será longa, mas ele sobrevive — o que já é uma vitória para um hospital que, nas palavras de Webber e Meredith, precisará “reconstruir” mais uma vez.
A morte de Monica Beltran e o impacto sobre Jules Millin
Enquanto Link luta pela vida, outro drama se desenrola em uma sala de cirurgia devastada pela explosão. Monica Beltran (Natalie Morales) e Jules Millin (Adelaide Kane) ficam presas com uma paciente infantil gravemente ferida. Beltran, imobilizada sob uma luminária de teto que caiu, orienta Jules a realizar uma cirurgia de emergência.
Mesmo ferida, Beltran guia a residente com calma e precisão, ensinando e apoiando-a em meio ao pânico. O contraste entre a serenidade da mentora e o desespero da aprendiz cria uma das sequências mais emocionais do episódio. Jules, tomada pelo medo de errar, é forçada a agir sozinha enquanto Beltran perde gradualmente as forças.
Após conseguir salvar a paciente, Jules percebe que Beltran desmaiou. Ao verificar o pulso da colega, ela descobre que a médica não resistiu aos ferimentos. A cena é silenciosa e devastadora — um momento que simboliza a passagem de bastão entre gerações de cirurgiões. Beltran morre fazendo o que sempre defendeu: salvar vidas e formar novos médicos.
Meredith e os novos internos
Mesmo em menor tempo de tela, Meredith Grey continua sendo a âncora moral da narrativa. Sua decisão de retornar temporariamente ao Grey Sloan reforça a conexão emocional da personagem com o hospital. Ela lidera os internos e transforma a clínica improvisada em um laboratório de aprendizado, enfatizando que, mesmo nas piores crises, a medicina é feita de improviso e coragem.
Entre os novos personagens, Simone Griffith (Alexis Floyd) e Lucas Adams (Niko Terho) continuam o triângulo amoroso iniciado na temporada anterior. A explosão não interrompe as tensões românticas — um lembrete de que Grey’s Anatomy sempre mistura o melodrama pessoal com o caos hospitalar. Já Dani, uma das novas residentes, é apresentada de forma simbólica: ferida, é operada pela própria Meredith sem saber quem ela é, em uma cena que reforça o legado da cirurgiã.
As consequências emocionais da tragédia
Após o resgate das vítimas e o controle do incêndio, os sobreviventes se reúnem para lidar com o luto. Amelia entra em colapso ao descobrir a morte de Beltran. Jo, ainda abalada, desaba ao lado de Webber, que a lembra de que ela não está sozinha. E Teddy, ao perceber o quanto o hospital foi destruído, admite a Owen que não sabe mais quem é — um prenúncio de conflitos pessoais que devem se desenrolar ao longo da temporada.
No desfecho, Meredith e Webber observam os escombros da ala cirúrgica. O centro cirúrgico está inutilizável, e o Grey Sloan precisará ser parcialmente fechado. Mesmo diante da destruição, Meredith encerra o episódio com uma fala que sintetiza a essência da série: “O que fazemos agora? Reconstruímos.”
Crítica: o que a estreia da 22ª temporada de Grey’s Anatomy revela sobre o futuro da série
A abertura da 22ª temporada de Grey’s Anatomy reafirma o formato que consolidou a longevidade da série: tragédia coletiva, dilemas pessoais e reconstrução emocional. O episódio utiliza a explosão como catalisador para reposicionar personagens e introduzir novos conflitos.
A morte de Monica Beltran funciona como um ponto de virada para Jules, que deverá enfrentar o trauma e amadurecer rapidamente como médica. Já a sobrevivência de Link garante a continuidade de um dos casais mais populares do elenco, mas também abre espaço para explorar os impactos físicos e psicológicos de sua recuperação.
Do ponto de vista temático, o episódio reforça a transição geracional que vem sendo construída desde a saída gradual de Meredith do hospital. Os internos assumem mais protagonismo, mas o espírito de ensino e resiliência permanece o mesmo.
Visualmente, a direção aposta em enquadramentos claustrofóbicos e iluminação intermitente, destacando o caos físico e emocional da tragédia. O roteiro, por sua vez, revisita a estrutura clássica de Grey’s Anatomy: várias histórias paralelas que convergem para um mesmo dilema moral — o valor da vida diante da perda.
Um recomeço entre ruínas: o que esperar da sequência da temporada?
O primeiro episódio da 22ª temporada de Grey’s Anatomy confirma que, mesmo após duas décadas no ar, a série ainda encontra maneiras de provocar empatia e tensão. A explosão serve como metáfora para um novo recomeço, lembrando que o Grey Sloan Memorial é mais do que um hospital: é um espaço de transformação contínua.
Com a morte de Beltran, a sobrevivência de Link e a promessa de reconstrução liderada por Meredith e Webber, a série se renova mais uma vez — fiel ao espírito que a mantém viva desde 2005: a medicina pode ser imprevisível, mas a humanidade dos personagens continua sendo o verdadeiro motor da história.
Assista ao trailer do episódio 2 da temporada 22, intitulado “We Built This City”: