Quando você pensa que mais um filme do universo Shrek poderia ser demais, vem Gato de Botas 2: O Último Pedido e te prova que não só não tá saturado como você quer é mais!
Nessa nova aventura, nosso querido Gato de Botas está na farra. Sua vida incrível como herói (ou anti-herói, dependendo do ângulo que você enxerga) é perfeita: tem fama, dinheiro, comidas e bebidas, é ovacionado por onde passa. Exceto pelo detalhe de ter se tornado, além de (mais) megalomaníaco, egocêntrico. Antes muito bem acompanhado em suas aventuras, Gato de Botas decidiu ser um lobo solitário em suas andanças… até morrer pela oitava vez.
Para quem não sabe, gatos possuem 9 vidas (esse negócio de 7 vidas é aqui no Brasil, nos EUA é 9) e, sendo imprudente e arrogante, Gato de Botas não cuidou direito das suas e se encontra com um dedinho dentro do caixão, ou assim seu cérebro lhe diz. Ele e um grande lobo ameaçador, que, ao que parece, estava só esperando o felino perder a sua oitava vida para coletar a nona. O nosso herói consegue se safar, mas não sabe por quanto tempo e se esconde numa casa que é literalmente a casa da tia dos gatos.
É quando descobre que pode existir um jeito de conseguir suas vidas de voltas: o último pedido, concedido pela estrela do desejo que havia caído em algum lugar no mundo. Em uma jornada de amadurecimento, Gato de Botas precisa voltar a confiar em Kitty e no seu novo amigo, Perrito, para conseguir ter suas vidas de volta e vencer seus rivais, Cachinhos Dourados e os três ursos, além do perigoso Jack Horner.
Sinceramente, fui esperando pouco do filme, que me prometeu muito e entregou absolutamente tudo e um pouco mais. A dublagem brasileira dá vida aos personagens de maneira maravilhosa e continua impecável, até Geovana Ewbank, que faz a voz da Cachinhos Dourados, foi bem. A adaptação das piadas, que acompanham a comédia visual, ficou excelente e você ri várias vezes ao longo da narrativa com bobeiras com duplo sentido, ou mesmo só trocadilhos (ou talvez com críticas ao mundo capitalismo). É uma história que faz um perfeito equilíbrio entre atrair a molecada e, 11 anos depois do primeiro filme, fazer com que aquele público que gostou da primeira experiência volte a adorar essa segunda, e até desejar por mais.
O visual traz elementos interessantes. Eu não entendo dessa parte técnica, mas me lembrou muito o que foi feito em Homem-Aranha no Aranhaverso (2018), só que, ao invés de quadrinhos, quadros. Nas inúmeras cenas de ação, o público é surpreendido por movimentos limpos, exagerados (exatamente como o Gato de Botas é) e muito bem feitos. A trilha sonora é bem divertida, seguindo a premissa da trama.
Aliás, falando em um certo exagero, eu amei que o filme não se fez de rogado e se permitiu sair das linhas comuns para chegar a objetivos simples, sem precisar de firulas exageradas. Ele é colorido quando precisa, apostando em cores fortes e marcantes, e escuro quando a coisa pede por isso, transitando bem entre momentos de contemplação, de ação e aventura, de risadas. E todas as questões tocadas pelo longa como amizade, amor, autopiedade, família, são bem elaborados e claros, amarrando as pontinhas muito bem.
Gato de Botas 2: O Último Pedido é perfeito para a família toda, para assistir sozinho(a/e), com amigos (as/ues), com os animaizinhos, com todo mundo. Tem de tudo um pouco, e não vai te desapontar.