A Garota no Trem é uma adaptação de um bestseller do gênero drama, romance e mistério escrito por Paula Hawkins
Por Luke Muniz
A Garota no Trem acompanha a história de uma mulher devastada pelo recente divórcio, que passa todo seu trajeto diário para casa fantasiando sobre um casal, aparentemente perfeito, que vive em uma casa cujo trem sempre passa por lá. Ao longo do caminho, ela se envolve em um mistério que gira em torno do casal.
No início do filme temos uma narração em off da protagonista Rachel (Emily Blunt) e logo tomamos conhecimento de como a personagem pensa e partes de seus conflitos. Rachel tem problemas com álcool e isso levou seu casamento e vida ao buraco. O longa continua e somos introduzidos a mais duas novas protagonistas: Megan (Haley Bennet) uma “recém adulta” e que trabalha como babá da filha de Anna (Rebecca Ferguson), que por sua vez, é casada com o ex-marido de Rachel.
O conceito do filme muda e vemos finalmente o desenrolar da trama. O filme lida de forma coerente com o conceito de relacionamentos abusivos e tem uma discussão feminista no seu subtexto bastante interessante.
A fotografia de A Garota no Trem é bem fria e combina com o tom apático das cenas, volta e meia em uma tomada mais climática, as cores ficavam mais vivas e mais fortes, mas a predominância era do frio. As atuações são convincentes, destaque aqui para Haley Bennet e Emily Blunt, as duas se entregam aos personagens.
O filme é bem cíclico e isso o torna monótono e desgostoso, ele demora a lhe a expor certas coisas guardando tudo para o ato final. O plot twist é legal? Sim, mas ele não é tão impactante como deveria ser. Temos um uso excessivo de closes de câmera nas expressões faciais de Rachel, e às vezes, mais de uma vez na mesma cena, e de longas durações.
A cena em off do início do filme é um tanto longa demais e com repetição da mesma ideia. Temos um final bem pesado e a narrativa não lhe prepara para tal, o que da um certo choque e desconforto e torna A Garota no Trem, no final das contas, algo passageiro.