Dirigido por Cyprian T. Olencki e estrelado por Mateusz Banasiuk, Weronika Książkiewicz e Mateusz Damięcki, Furioza (2021) é um thriller polonês disponível na Netflix que mergulha em um universo de violência, vingança e lealdades quebradas. Ambientado na cidade portuária de Gdynia, o longa apresenta um retrato cru de um grupo de hooligans de futebol que se envolve em guerras territoriais, tráfico de drogas e corrupção policial. Confira a crítica:
A história acompanha Dawid (Mateusz Banasiuk), um ex-integrante do grupo Furioza que tenta recomeçar a vida como médico após o assassinato do irmão. Seu passado, porém, volta à tona quando Ewa “Dzika” Drzewiecka (Weronika Książkiewicz), sua ex-namorada e agora policial, o chantageia para que se infiltre novamente na gangue. A proposta é simples e brutal: colaborar com a polícia ou ver seu irmão ser condenado por um longo tempo na prisão.
Essa premissa coloca Dawid em um dilema ético intenso. Enquanto tenta recuperar a confiança do amigo Golden (Mateusz Damięcki) e do líder Kaszub (Wojciech Zielinski), ele precisa equilibrar sua lealdade à polícia e sua sobrevivência dentro de um grupo onde a traição é punida com morte.
Um retrato da violência e do submundo polonês
O filme constrói um cenário em que a brutalidade é parte da rotina. As brigas entre gangues, especialmente a sequência de luta na floresta entre os membros da Furioza e os rivais conhecidos como “Homens-Formiga”, sintetizam a natureza selvagem da disputa. São combates coreografados de forma realista, com socos, chutes e o uso de armas improvisadas, o que dá à narrativa um tom quase documental sobre o vandalismo e o hooliganismo.
Mas Furioza vai além da ação. Há também uma dimensão humana nas relações entre os personagens — especialmente na tentativa frustrada de Dzika em impedir que Dawid se perca de novo no mundo que ela própria abandonou. Essa relação reforça o conflito central do filme: é possível escapar da violência quando ela molda toda a sua identidade?
Crítica de Furioza (2021)
Uma produção de impacto na Netflix
Com fotografia fria e atmosfera sombria, Furioza oferece um olhar sobre a corrupção e o desespero moral que permeiam o submundo europeu. O diretor Cyprian T. Olencki, ao lado do roteirista Tomasz Klimala (de 365 Dias), constrói uma narrativa que explora as consequências do crime organizado e a manipulação policial em busca de resultados.
A atuação de Mateusz Damięcki como Golden é um destaque. Seu personagem representa a face mais brutal da lealdade cega, alguém cuja violência nasce da humilhação e do medo de perder o poder.
No fim, Furioza é mais do que um filme de ação: é um estudo sobre como a lealdade, a vingança e o senso de pertencimento podem aprisionar os indivíduos em ciclos de destruição. Um título que amplia o alcance do cinema polonês dentro da Netflix e se firma como um exemplo da força das produções europeias no gênero policial contemporâneo. Confira a crítica da continuação, lançada em 2025.