Quando se trata do Will Farrell, ele está sempre fazendo personagens idênticos, então o seu nome no elenco mal me chamou atenção. Porém, meus olhinhos cheios de miopia brilharam ao ver o resto do elenco. #Partiuassistir!
Sinopse: Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars é um filme de comédia norte-americano dirigido por David Dobkin, escrito por Andrew Steele e Will Ferrell e estrelado por Ferrell, Rachel McAdams, Pierce Brosnan, Dan Stevens e Demi Lovato. O filme segue os cantores islandeses Lars Erickssong e Sigrit Ericksdottir, que têm a chance de representar seu país no Festival Eurovisão da Canção.
Os protagonistas são um casal de amigos bobos, em que Sigrit (Rachel McAdams) é claramente apaixonada por Lars (Will Ferrell), enquanto tudo o que ele pensa é em ser famoso, ganhar o respeito do seu pai e da cidade em que vivem – no qual todos o chamam de “a vergonha da cidade”. Eles formam uma bandinha de garagem chamada Fire Saga e sonham em se apresentar no Eurovision, e, claro, ganhar tal prêmio para esfregar na cara de todos que eles podiam sim ir longe, principalmente Lars.
Para quem não está familiarizado, Eurovision é real. O Festival Eurovision de Canção é uma competição internacional organizada anualmente pela União Europeia de Radiodifusão, que conta com participantes que representam principalmente países europeus. Ele nasceu em 1956 e dali já saíram enormes sucessos, como Céline Dion (que é canadense), Julio Iglesias e o ABBA. Aliás, o Eurovision nunca exigiu que o artista tenha nascido no país que representa. Com um formato de competição musical que consiste em apresentações de músicas inéditas – uma canção por país participante -, estas são avaliadas por uma comissão e por voto popular.
Voltando ao filme, ambos enviam uma fita para tentarem participar do concurso que escolheria a banda ou o(a) cantor(a) a representar o seu país no festival e conseguem graças à mãe sorte (ou, como diria Sigrit, pelos elfos). Eles são um completo fracasso, mas, novamente com a mão do destino pesando, o iate com todos os possíveis participantes de sucesso explode e eles se tornam a ÚNICA opção!
Claro, o longa deixa claro, de maneira implícita, quem causou tal atentado – mas isso não é importante, pois acompanhamos a dupla viajando e saindo da sua confortável e pequena cidade natal para ver uma parte do seu continente no qual nunca haviam pisado. Lars, nas mãos do Will Ferrell, é o bobão inocente, que comete erros e só pensa em si mesmo por causa da sua compulsão por vencer e se provar vencedor (daddy issues), enquanto a Sigrit de Rachel McAdams é simplesmente adorável e é impossível não se apaixonar por ela. Enquanto seguimos a história deles, de repente o núcleo principal é dividido, mas de maneira orgânica, de forma que possamos adentrar ainda mais na personalidade, nos desejos, sonhos, enfim, conhecermos ainda melhor Sigrit e Lars.
As músicas são bem gostosinhas de ouvir, e foram bem compostas. Will Ferrell canta a sua parte quando necessário, mas Rachel dubla a cantora sueca Molly Sandén – a atriz venceria facilmente um lip sync de Rupaul’s Drag Race!
Sobre a parte da comédia, é aquele humor bobo e inocente, sem provocar a vergonha alheia de maneira exagerada, nem humilhando algum personagem para chegar até a piada e nos fazer rir. Ok, em alguns momentos Will Ferrell apela para isso, mas somente para si próprio, o que é um ponto muito positivo. Você vai rir em alguns momentos, contudo, no geral, é um filme que tem coração e traz um plot twist interessante: a trama inteira nos faz crer que a história é sobre Lars e seus sonhos, com Sigrit o seguindo como um cãozinho, até o momento em que percebemos que, na verdade, tudo é sobre ela! Não vou explicar mais do que isso, você terá que assistir.
Terminei o filme com o coração quentinho, e até mesmo com uma pontada de esperança. Às vezes, o que precisamos está bem ali na nossa frente, em outros momentos, precisamos que alguém confie em nós e nos ajude a dar aquele passo que temos medo de dar. E é sobre isso. E tá tudo bem.