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Evidências do Amor: Sandy, Porchat, Memórias e Desencontros

Ama a música “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó? Concorda que ela deveria ser o hino nacional do Brasil? Talvez, após assistir Evidências do Amor, você resolva deixar um pouco isso de lado.

Baseado na canção, o filme apresenta Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy), um casal que se apaixona após cantar “Evidências” juntos em um karaokê. Eram loucos um pelo outro, até que, “subitamente”, Laura rompe o relacionamento, e um ano depois, quando a nossa história realmente começa, vemos o protagonista ainda sem ter superado a ex, que, na sua cabeça, um dia ficou doida e terminou tudo sem razão ou motivo. Agora o plot é: ao ouvir a música, ele retorna de forma literal, corpo e tudo, a uma memória triste do passado, em que vê ele e Laura brigando. Sem entender por que sempre que essa música toca ele volta para uma lembrança sobre o qual nada pode fazer, Marco Antônio vai correr atrás de destrinchar essa maldição e fazer com que possa voltar a ouvir Evidências em paz. Sem lembrar da ex-ainda-amada.

Uma coisa que me chama atenção nos filmes de Porchat é como o roteiro parece construído sempre para enaltecê-lo, deixando meio de lado as outras pessoas. Sandy tá bem apagadinha, com uma atuação bem presa, rígida. Tudo bem que ela não é nenhuma atriz de destaque, mas a sensação que passa é que ela nem teve espaço para isso. Quem consegue brilhar mesmo é a personagem de Evelyn Castro. A mulher é boa demais na comédia!

“Evidências do Amor” trabalha em cima desses desencontros de Laura e Marco Antônio, explorando a falta de comunicação do casal comum médio. Ele não a escutava, ela não sabia como chegar nele de verdade. Por ser uma história até que curta, algumas narrativas ficaram um pouco corridas, como se acontecessem de uma hora para a outra muito magicamente, mas nada que atrapalhe a experiência.

No fim, é um filme de comédia romântica que cumpre seu papel, apesar de ter um casal sem muita química, cuja predestinação se declarava desde o início – com a condição de que certos personagens abrissem os olhos para coisas bem básicas que haviam esquecido, e essa ideia é o coração do longa. Mostrar que, muitas vezes, as coisas que lembramos não são bem assim, porque só estamos vendo nosso lado, ou que é muito fácil esquecer as coisas boas e focarmos apenas no que aconteceu de ruim, fazendo um relacionamento outrora bom ruir.