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Estrada Sem Lei (Netflix): no encalço de Bonnie e Clyde | Crítica

Filme exclusivo da Netflix, Estrada Sem Lei se apóia em fatos para mostrar a visão da polícia no caso Bonnie e Clyde

Chegou recentemente ao catálogo da Netflix o filme Estrada Sem Lei (The Highwaymen, 2019), longa dirigido por John Lee Hancock (Um Sonho Possível, Fome de Poder) que traz Kevin Costner e Woody Harrelson no papel principal, dando vida aos principais responsáveis pela bem-sucedida caçada à dupla de criminosos Bonnie e Clyde durante a década de 1930 nos EUA.

O filme, roteirizado por John Fusco (Marco Polo, A Cabana) traz junto da caçada, um pouco da miséria que assolou os EUA no período da Grande Depressão, considerado o pior e mais longo período de resseção na economia do país. É possível que isso explique um pouco o status de celebridade atingido pelos notórios criminosos, mesmo com assassinatos no “currículo”. Sintoma de uma população miserável e descrente com o Estado.

Mesmo sendo uma história inspirada em fatos, Estrada Sem Lei até consegue trazer algo de interessante do ponto de vista narrativo, como o dilema entre prender e matar enfrentado pelos policiais em relação a Bonnie e Clyde. Havia um consenso de que a dupla não se entregaria com vida às autoridades, então para o trabalho talvez fosse necessário pedir ajuda a policiais à moda antiga, mesmo para época.

Ao menos é o que imaginava o diretor de um dos centros de detenção atacados pela dupla, que no filme é vivido por John Carroll Lynch. Seu argumento de trazer ex Texas Rangers convence a governadora Ma Ferguson (Kathy Bates), primeira mulher a governar o Texas. Mas os planos dela para a segurança pública do estado poderiam ser prejudicados, então a ordem era de que os Rangers tivessem sua investigação dificultada para não atrapalhar suas intenções políticas.

Licença para matar

É nesse embaralhado cenário que entra Frank Hammer (Kevin Costner) que, apesar de aposentado, possui vasta experiência no assunto. Não demora muito para que ele se junte a Maney Gault (Woody Harrelson), que por sua vez parece muito mais afetado pela idade e fantasmas do passado, quando atuou junto com Hammer. Apesar de personagens dotados de certa astúcia, não são papéis que ofereçam grande desafio aos atores. Costner já viveu um homem de poucas palavras mas habilidoso no que faz uma porção de vezes, assim como Harrelson sempre se encaixa bem no tipo quase insano.

Mas vale pelo registro histórico. São muitas figuras importantes, numa ambientação muito imersiva que nos leva à época retratada.

Estrada Sem Lei deve agradar o público mais conservador, confortável a uma história onde as autoridades têm a permissão para matar o bandido desde seu início. Nesse sentido, passamos o filme sabendo o resultado final da caçada, mas fica uma curiosidade bem-vinda de como aqueles personagens irão lidar com a situação quando o momento derradeiro chegar. Não é nada espetacular, mas garante duas horas de distração na Netflix