Os Vingadores sem pudor

O Esquadrão Supremo chegou chegando. Logo de cara, a trama escrita por James Robinson mostra o supergrupo formado por Hipérion, Falcão Noturno, Doutora Espectro, Blur e a Princesa do Poder enfrentando Namor e seu exército numa épica batalha em busca de punir o Rei Atlante por seus atos passados.

É isso mesmo. Nada de impedir uma grande tragédia, ou prender bandidos: o Esquadrão Supremo busca proteger a Terra, mas de acordo com seus próprios termos. Tal conduta não é garantia de paz para ninguém, e logo após o desfecho com Namor a equipe consegue polarizar a opinião mundial a respeito dos seus atos.

Isso logo atrai a atenção de Steve Rogers e os Fabulosos Vingadores, colocando em choque as habilidades de cada um. Particularmente, essa formação dos Heróis Mais Poderosos da Terra não agrada muito (além de estar geralmente mal desenhada) e felizmente essa vertente pobre não dura mais do que uma edição do arco completo.

Temos aqui uma mescla interessante de dois tie-in de Guerras Secretas: Esquadrão Sinistro e Mundo Estranho. Apesar de simples, o roteiro é um tanto trabalhoso de acompanhar devido às muitas subtramas inseridas na história. Cada membro do Esquadrão Supremo possui seu grau de contextualização, tudo isso visando o futuro após esse primeiro arco, obviamente. Batalha contra Namor e a repercussão das consequências, investigação de uma intriga alienígena, luta contra os Fabulosos Vingadores, ida ao Mundo Estranho, volta pra Terra. Tudo isso em cinco edições! Algo que incomoda é o tratamento com os vilões, fora todo o tom de cinza abordado: tanto o Doutor Druida quanto Modred, O Místico se mostram na história para se esconderem depois de forma abrupta.

Alguns dilemas são abordados, como a própria conduta do Esquadrão Supremo, que outrora teve um de seus representantes integrando os Vingadores, que por sua vez são reconhecidamente um grupo que luta pela paz e agem (na maioria das vezes) sem ultrapassar os limites da lei. A aparição de personagens do Mundo Estranho, como Arkon e Skull (além de Thundra, com maior importância para a trama) dão uma beleza especial para o trabalho. É um local do universo Marvel interessante a ser explorado.

Ter uma equipe formada por diversos seres poderosos versões diferentes da Terra é interessante, mas esse Esquadrão Supremo (ao final desse arco com algumas alterações no time) precisa de mais tempo para ganhar o devido carisma, principalmente quando a história particular de cada membro for melhor trabalhada. Há potencial.

Leonard Kirk cuida dos desenhos. O Esquadrão Supremo é publicado no Brasil pela Panini, na revista Avante, Vingadores!