Elektra (2005) - Jennifer Garner estrela o spin-off de Demolidor - leia a crítica Elektra (2005) - Jennifer Garner estrela o spin-off de Demolidor - leia a crítica

Elektra (2005) | Crítica

Elektra (2005), dirigido por Rob Bowman, é um derivado direto de Demolidor – O Homem Sem Medo (2003), também baseado nos quadrinhos da Marvel. O longa buscou expandir o universo cinematográfico da época, centrando a narrativa na assassina Elektra Natchios, interpretada por Jennifer Garner. A personagem havia sido apresentada no filme anterior e, apesar do desempenho discreto de bilheteria, a produção recebeu sinal verde para um spin-off, lançado menos de dois anos depois.

Premissa do spin-off

A história apresenta Elektra como uma assassina profissional contratada para eliminar um homem chamado Mark Miller e sua filha, Abby. No entanto, ao descobrir mais sobre os alvos, ela decide protegê-los de uma organização ninja conhecida como A Mão. A trama explora elementos de artes marciais, treinamento de guerreiros e misticismo, tentando manter conexão com o material original dos quadrinhos, mas com liberdade para criar novos personagens e conflitos.

Personagens e elenco de Elektra

Jennifer Garner assume novamente o papel de Elektra, agora com mais tempo de tela para desenvolver o lado psicológico e físico da personagem. Terence Stamp interpreta Stick, o mentor que treina a protagonista. Goran Višnjić vive Mark Miller, enquanto Kirsten Prout interpreta Abby. O elenco também inclui Will Yun Lee como Kirigi, Natassia Malthe como Typhoid e Bob Sapp como Stone. Apesar da presença de atores experientes, o roteiro limita a profundidade e o arco narrativo de cada um.

Direção e escolhas criativas

A direção de Rob Bowman mantém foco nas cenas de ação e no visual estilizado, mas a execução sofre com ritmo irregular e transições abruptas. As coreografias de luta seguem um padrão coreográfico mais teatral do que realista, com uso frequente de movimentos acrobáticos e efeitos especiais para representar habilidades sobrenaturais. A fotografia opta por tons sombrios, criando um clima de mistério, mas sem um aproveitamento pleno no avanço narrativo.

Problemas de roteiro é um suco inesgotável nesta produção

O roteiro apresenta dificuldades em estabelecer conexões sólidas entre os eventos, resultando em cenas que parecem isoladas dentro da narrativa. A relação entre Elektra e Abby é central para o enredo, mas carece de progressão convincente. Os diálogos não aprofundam motivações ou dilemas morais de forma consistente, e os antagonistas carecem de presença marcante. A construção do universo também apresenta lacunas, com explicações limitadas sobre os elementos místicos.

Os efeitos visuais variam entre soluções funcionais e recursos que não se integram de forma natural ao ambiente. As sequências envolvendo os poderes dos vilões apresentam resultados desiguais, e o uso excessivo de computação gráfica em alguns momentos interfere na fluidez das cenas. A trilha sonora acompanha o tom de suspense e ação, mas não cria identidade própria para o filme.

Recepção e impacto de Elektra em seu lançamento

No lançamento, Elektra não alcançou o retorno de bilheteria esperado e recebeu avaliações predominantemente negativas da crítica especializada. Muitos apontaram falhas estruturais e a falta de equilíbrio entre ação e narrativa. O desempenho abaixo do esperado contribuiu para que a Marvel revisse a abordagem em adaptações de personagens secundários, postergando tentativas semelhantes por anos. O longa passou a ser citado como um exemplo de adaptação de quadrinhos que não conseguiu aproveitar o potencial do material original.

Veredicto da crítica: vale à pena assistir Elektra?

Elektra (2005) é um exemplo de produção que buscou expandir um universo cinematográfico, mas não conseguiu estabelecer uma narrativa consistente nem gerar impacto duradouro. A ausência de um roteiro sólido, aliada a escolhas criativas que não se integraram de forma eficiente, comprometeu o resultado final.

Mesmo com uma personagem central reconhecida nos quadrinhos e uma atriz comprometida fisicamente com o papel, a execução não atendeu às expectativas do público e da crítica, resultando em um desempenho fraco e em pouco legado para futuras adaptações da personagem.

Vale notar, no entanto, que críticas negativas de nada prejudicaram o bom desempenho do longa no home video, hoje dominado pelas plataformas de streaming. Na Netflix, por exemplo, Elektra mal chegou e já figura o primeiro lugar entre os filmes mais assistidos da plataforma.