Christopher Landon, conhecido por dirigir A Morte te Dá Parabéns e Freaky – No Corpo de um Assassino, retorna com um novo exercício de suspense em Drop: Ameaça Anônima (Drop), filme que mistura paranoia tecnológica, crítica social e tensão romântica em um cenário quase inteiramente restrito a um restaurante. O longa, agora disponível no Prime Video, aposta em um formato enxuto e direto, equilibrando o ritmo de um thriller clássico com o uso moderno da tecnologia como ferramenta de controle e medo. Confira a crítica do filme:
Drop: Ameaça Anônima
Um primeiro encontro transformado em pesadelo
A protagonista é Violet (Meghann Fahy), uma mãe viúva tentando recomeçar após um relacionamento abusivo que terminou em tragédia. Disposta a dar uma nova chance ao amor, ela marca um jantar com Henry (Brandon Sklenar), um fotógrafo com quem trocou mensagens pela internet. O encontro acontece no sofisticado restaurante Palate, em Chicago — ambiente que, logo nas primeiras cenas, assume papel central na narrativa.
Enquanto espera pelo acompanhante, Violet começa a receber mensagens enigmáticas via um aplicativo chamado “DigiDrop”. A princípio, parecem brincadeiras inofensivas, mas logo o tom muda: o remetente afirma estar dentro do restaurante e mostra imagens de um homem mascarado ameaçando sua irmã (Violett Beane) e seu filho pequeno, que estão em casa. A partir daí, Violet é forçada a seguir instruções cada vez mais perigosas, sob pena de ver sua família assassinada.
Suspense tecnológico em espaço fechado
Grande parte da força de Drop: Ameaça Anônima está na maneira como Landon transforma a limitação de espaço em vantagem narrativa. A tensão cresce à medida que Violet percebe que o responsável pelas mensagens deve estar em algum ponto do salão, a poucos metros dela. A câmera de Landon explora esse confinamento, convertendo o restaurante em uma espécie de labirinto emocional e visual.
O roteiro de Jillian Jacobs e Chris Roach adota uma estrutura clássica de “thriller de refém”, mas desloca a ação para o plano digital. O uso de memes e mensagens curtas cria um contraste curioso entre a linguagem da cultura online e o perigo real que se instala diante da protagonista. A escolha de projetar parte das mensagens no ambiente — e não apenas na tela do celular — contribui para a imersão e reforça a ideia de vigilância constante.
A performance de Meghann Fahy
Com uma atuação centrada na vulnerabilidade e na força, Fahy sustenta o filme do início ao fim. O público acompanha o desespero crescente de Violet enquanto ela tenta agir sob pressão, sem poder confiar em ninguém ao redor. Landon reconhece o poder de sua intérprete e raramente desvia o foco dela, transformando o espectador em cúmplice de sua angústia.
Sklenar, por sua vez, equilibra charme e mistério, compondo um parceiro cuja presença desperta tanto empatia quanto suspeita. Juntos, os dois criam uma dinâmica que flerta com o romance, mas que nunca se desprende totalmente do medo — uma dualidade que dá ao longa um tom particular dentro do gênero.

Crítica de Drop: Ameaça Anônima – vale à pena assistir no Prime Video?
O olhar de Christopher Landon
Mais contido do que em seus trabalhos anteriores, Landon mantém o senso de entretenimento e ritmo ágil que marca sua filmografia. Ele cria um suspense direto, sem perder tempo com desvios desnecessários, e extrai o máximo de tensão de um conceito simples. O resultado é um filme que dialoga com temas contemporâneos, como a invasão de privacidade e o trauma de mulheres silenciadas, mas sem abandonar o formato de “montanha-russa” típico do cinema de gênero.
Embora o desfecho traga reviravoltas menos convincentes, Drop: Ameaça Anônima cumpre o que promete: é um thriller de confinamento eficiente, sustentado por uma protagonista forte e pela direção segura de Landon. A combinação de tecnologia, paranoia e sobrevivência torna a experiência envolvente até o último ato — uma prova de que ainda há fôlego para boas histórias dentro do suspense moderno.