Nessa série de postagens, discorremos a respeito de filmes que poderiam muito bem ganhar uma continuação. A bola da vez é Dredd
Houve um tempo onde filmes inspirados em HQs era motivo de piada constante, acreditam? Pois é: vistas com extremo preconceito pela maioria dos não nerd ao redor do globo, muitas vezes sequer era mencionado o fato de algum roteiro cinematográfico ser inspirado numa versão antes impressa (como Dredd) para o público nichado dos quadrinhos.
Juiz Dredd é um personagem de história em quadrinhos criado no Reino Unido por John Wagner e Carlos Ezquerra, tendo aparecido pela primeira vez em 1977, na revista “2000 AD”.
Um dos exemplos que reforçavam tal aversão foi “O Juiz”, adaptação das histórias de Juiz Dredd pelo querido Sylvester Stallone mas que infelizmente foi um verdadeiro fiasco. Para começo de conversa, uma característica única do personagem tinha que ser quebrada para mostrar o rosto do astro: o capacete. Dredd nunca tira seu capacete, e isso faz parte de sua essência pois ele é a lei. E por muito tempo as coisas foram assim, tanto para filmes inspirados em personagens fora do eixo Superman e Batman quanto para o próprio Dredd. Até surgir Karl Urban e a ideia de um novo filme.
Dredd (2012) se destaca não por entregar um grande roteiro ou cenas épicas catastróficas, mas por ser um produto honesto. De orçamento modesto, a aventura se passa num cortiço de Mega City Um, numa investigação criminal onde ao mesmo tempo está rolando o teste da novata (e médium) Cassandra Anderson (Olivia Thirlby). E é lá mesmo que se desenrola toda a ação e entendemos como se encontra a situação daquele mundo em questão.
Infelizmente a bilheteria não correspondeu como o esperado, e uma sequência foi engavetada. Diversas tentativas para ver o retorno do personagem já foram feitas, como petições online e até sugestão de levar Dredd para a rede de streaming Netflix. Situação difícil mas, seja como for, essa é uma sequência que precisa acontecer. Karl Urban está mais do que interessado no projeto (qual ator da cultura pop não quer um herói para chamar de seu?) e as possibilidades roteirísticas para essa eventual e desejada sequência são diversas.
Como esse recomeço se concentrou mais na missão de Dredd e a avaliação de Anderson, está na hora de conhecermos mais de Mega City Um e seu contexto social além daquele cortiço (algo que só tivemos alguma noção no início do primeiro filme). Para isso poderia ser abordada questões governamentais, e os fatores que contribuíram para a criação de um sistema tão bruto e fascista de lei. Entrar na mente dessa sociedade maluca e consequentemente na do próprio Dredd é outro caminho.
Vindo das HQs, o arco Democracia poderia inspirar a trama dessa hipotética continuação, onde a população começa a se revoltar com a presença opressora dos juízes, que para quem não se recorda possuem o poder absoluto nas ruas. É um tema mais do que atual, onde diversos países discutem as questões dos Direitos Humanos de alguma forma.
Outro tema atual poderia ser puxado do arco América, que mostra dois amigos onde um deles se envolve com o grupo terrorista Guerra Total. Essa organização já rendeu outros momentos interessantes nas HQs, como quando causaram um desastre nível Nagasaki-Hiroshima em Mega City Um.
Mais uma missão cumprida, senhores! Não esperamos telefonemas de agradecimento dos executivos por viabilizar mais essa continuação que tantos fãs aguardam. Na semana passada falamos sobre Dia de Treinamento 2, confere lá! E caso tenha uma sugestão de continuação que precisa acontecer, nos indique nos comentários!
Agradecimentos a Rildon Oliver do Nerdverso pelas dicas sobre Dredd.