Diário de uma Garota que Coleciona Foras, série sueca de comédia da Netflix - Crítica, fatos e curiosidades Diário de uma Garota que Coleciona Foras, série sueca de comédia da Netflix - Crítica, fatos e curiosidades

Diário de uma Garota que Coleciona Foras | Crítica da série | Netflix

A Netflix acaba de lançar a série sueca Diário de uma Garota que Coleciona Foras (Halva Malmö består av killar som dumpat mig), uma produção de sete episódios de aproximadamente 25 a 30 minutos cada. Dirigida por Emma Bucht e Susanne Thorson, a comédia dramática é uma adaptação do livro homônimo de Amanda Romare e traz a atriz Carla Sehn no papel principal. A trama mistura humor negro, relacionamentos fracassados e reflexões sobre a vida adulta, inserindo-se no já conhecido universo das histórias sobre mulheres de 30 anos em busca de conexão e propósito. Confira a nossa crítica logo a seguir:

A história de Amanda

A protagonista Amanda, de 31 anos, se encontra em um momento de crise pessoal. Depois de um episódio inusitado em um parque, ela decide que está na hora de abandonar a ideia de que seu destino já está escrito — incluindo um excêntrico “casamento com o cosmos” arranjado por sua mãe na infância — e se abrir para a vida amorosa de forma mais concreta. O que se segue é uma série de encontros desastrosos, situações constrangedoras e descobertas que revelam tanto o lado cômico quanto o doloroso da busca por amor em Malmö.

A narrativa acompanha Amanda em sua tentativa de recomeçar, enfrentando homens de perfis diversos, experiências desconfortáveis e reflexões sobre os motivos de seus fracassos amorosos. Ao mesmo tempo, a série mostra como sua relação com a família e com o passado influencia diretamente sua dificuldade em confiar e se entregar a alguém.

Diário de uma Garota que Coleciona Foras: entre o humor e o desconforto

Diário de uma Garota que Coleciona Foras aposta no contraste entre situações absurdas e a realidade emocional da protagonista. O humor negro é usado para tratar de inseguranças, rejeições e medos que são universais, especialmente para quem já se viu perdido entre expectativas sociais e a própria vida amorosa.

Há momentos em que os encontros de Amanda beiram o surreal, mas são justamente esses exageros que ressaltam as angústias de quem já passou por experiências semelhantes. A comédia, no entanto, não esconde a seriedade por trás da narrativa: questões como traumas de infância, a relação conflituosa com o pai e a autossabotagem em relacionamentos aparecem como parte essencial da jornada da personagem.

Carla Sehn como Amanda e o elenco da série

O grande destaque da série é a atuação de Carla Sehn. A atriz consegue entregar uma Amanda vulnerável, confusa e, ao mesmo tempo, carismática. Diferente das protagonistas idealizadas de muitas produções românticas, Amanda soa como alguém real, com quem o público pode se identificar. Sua naturalidade em cena faz com que até os momentos mais exagerados da trama tenham credibilidade.

O elenco de apoio também contribui para equilibrar a narrativa. Moah Madsen interpreta Adina, irmã de Amanda, que funciona como contraponto mais estável às decisões impulsivas da protagonista. Johannes Lindkvist dá vida a Emil, um personagem que introduz nuances de cuidado e afeto em contraste com as experiências desastradas que Amanda acumula ao longo dos episódios.

Um retrato das relações modernas

Assim como outras produções recentes da Netflix, a série explora o cotidiano das relações contemporâneas, onde aplicativos de namoro, encontros casuais e expectativas irreais moldam grande parte das experiências afetivas. Amanda e suas amigas representam um grupo de mulheres que, mesmo diante de repetidas decepções, continuam tentando compreender e vivenciar o amor.

A série também se destaca por retratar amizades femininas de forma positiva e autêntica. As conversas, trocas e apoios entre Amanda, Adina e outras personagens trazem leveza ao enredo e ajudam a equilibrar a narrativa, que poderia facilmente se perder apenas nos fracassos românticos da protagonista.

Originalidade e previsibilidade na série da Netflix

Embora se beneficie de sua ambientação escandinava e de uma protagonista que foge aos padrões hollywoodianos, Diário de uma Garota que Coleciona Foras não escapa das comparações com outras séries semelhantes. A busca de uma mulher de 30 anos por sentido, amor e pertencimento já foi explorada em diversas produções, de Love Life a Emily in Paris. Nesse sentido, a série sueca oferece pouco de realmente novo em termos de estrutura narrativa.

Ainda assim, sua força está na forma como equilibra situações absurdas com vulnerabilidade genuína, criando uma identificação direta com o espectador que já enfrentou encontros constrangedores ou dúvidas sobre o futuro pessoal e amoroso.

Diário de uma Garota que Coleciona Foras, série sueca de comédia da Netflix - Crítica, fatos e curiosidades
Créditos da imagem: divulgação / Netflix

O final em aberto de Diário de uma Garota que Coleciona Foras

O último episódio deixa a história em suspense. A aproximação entre Amanda e Emil sugere uma possível evolução, mas a série opta por encerrar a temporada de maneira inconclusiva. Em vez de respostas definitivas, o público se depara com mais incertezas sobre o futuro da protagonista. Essa escolha pode gerar frustração para quem esperava um desfecho tradicional, mas também abre espaço para uma segunda temporada, já cogitada.

Crítica: Diário de uma Garota que Coleciona Foras é uma boa série da Netflix

Diário de uma Garota que Coleciona Foras, da Netflix, é uma comédia dramática que mistura exagero, desconforto e vulnerabilidade de forma única. Baseada no livro de Amanda Romare, a produção sueca se apoia no talento de Carla Sehn e no retrato autêntico das relações modernas para construir uma narrativa que, embora previsível em alguns momentos, consegue gerar identificação e reflexão.

A série se soma ao catálogo de produções que exploram os dilemas da vida adulta, o peso das expectativas sociais e a busca por amor em tempos de conexões frágeis. Para quem procura uma maratona curta, com episódios leves e uma protagonista imperfeita, Diário de uma Garota que Coleciona Foras pode ser uma opção interessante.