Dexter: Resurrection, revival da franquia comandado pela Showtime e disponível no Paramount+, trouxe de volta Michael C. Hall como Dexter Morgan em um cenário completamente novo, mas com velhas sombras. A 1ª temporada equilibrou referências à série original com novos conflitos e antagonistas, construindo uma narrativa onde o passageiro sombrio do protagonista continua ativo, mas mais complexo diante da presença do filho, Harrison. Leia a nossa crítica do episódio final e da temporada como um todo:
O enredo apresentou Leon Prater, interpretado por Peter Dinklage, como um bilionário filantropo envolto em segredos perturbadores. Através dele, a trama expandiu o universo da série, revelando pistas sobre uma rede global de serial killers e introduzindo mistérios que devem impactar o futuro da franquia.
Tensão e escolhas no episódio final de Dexter: Resurrection
O décimo episódio, “E Justiça para Todos…”, entrega um clímax que concentra os principais temas da temporada: culpa, legado e identidade. Trancado na sala de troféus de Prater, Dexter encontra arquivos sigilosos sobre assassinos em série no mundo inteiro, inclusive um dossiê sobre si mesmo, escondido sob o pseudônimo Passageiro das Trevas.
Enquanto isso, Harrison assume papel central, infiltrando-se na gala de Prater para auxiliar o pai. A comunicação entre os dois ocorre por vídeo, evidenciando a relação ambígua entre eles: Dexter tenta guiá-lo longe da escuridão, mas, ao mesmo tempo, o envolve em um jogo mortal.
O episódio também revisita fantasmas do passado, como a aparição de Brian Moser, irmão falecido de Dexter, que surge como representação de seus impulsos mais sombrios. Essa camada psicológica aprofunda o dilema central do protagonista, dividido entre manter o código e aceitar sua verdadeira natureza.
A queda de Leon Prater e suas implicações no final
A virada decisiva acontece quando Harrison é capturado por Prater. Para salvar o filho, Dexter se entrega, mas a resolução do confronto traz uma inversão inesperada: é Harrison quem aplica a dose de cetamina escondida anteriormente, permitindo que o pai finalize o ritual.
Prater acaba morto no cofre, envolto em plástico, em uma cena que remete aos tempos clássicos do Açougueiro de Bay Harbor. Porém, diferente do passado, Dexter decide não coletar uma lâmina de sangue da vítima — um detalhe simbólico que sinaliza sua tentativa de redefinir o próprio código.
A morte de Prater não encerra a narrativa; ao contrário, amplia o escopo da história. Os documentos encontrados por Dexter indicam a existência de uma rede de assassinos interligados e revelam conexões com casos como o Estripador de Nova York e o Assassino de Yonkers. Isso prepara o terreno para que a segunda temporada explore ameaças ainda maiores.

A relação entre Dexter e Harrison
O vínculo entre pai e filho foi o núcleo emocional da temporada. Harrison, interpretado por Jack Alcott, foi construído como um espelho de Dexter, mas também como seu possível oposto. Enquanto o pai tenta manter o filho longe do passageiro sombrio, suas ações acabam o atraindo para esse universo.
No episódio final, essa dinâmica fica evidente quando Harrison participa diretamente da morte de Prater. A cena levanta questões sobre até que ponto Dexter pode proteger Harrison de si mesmo — ou se está apenas perpetuando um ciclo inevitável.
Além disso, a escolha de Dexter de permanecer próximo da família de Harrison, Gigi e Blessing, ao invés de desaparecer com uma nova identidade, sinaliza que a narrativa seguirá aprofundando esse conflito nas próximas temporadas.
Pistas para a 2ª temporada de Dexter: Resurrection
O desfecho da 1ª temporada deixa várias portas abertas para uma 2ª temporada de Dexter: Resurrection. Entre os elementos mais relevantes:
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Rede global de serial killers: os arquivos de Prater revelam uma teia complexa que deve colocar Dexter e Harrison no caminho de novos inimigos.
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O Estripador de Nova York: a identidade do assassino permanece um mistério e pode ser central no futuro.
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Possíveis conspirações políticas: a presença de figuras de poder na gala de Prater sugere que os assassinatos podem ter conexões com autoridades.
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Charley em fuga: a personagem sobrevive e pode retornar com novos desdobramentos.
Com essas tramas em aberto, Dexter: Resurrection caminha para uma 2ª temporada que promete elevar o nível de tensão e explorar os limites éticos do protagonista.
Crítica – Dexter: Resurrection (1ª Temporada)
A 1ª temporada de Dexter: Resurrection resgata elementos clássicos da franquia, mas também amplia seu universo ao introduzir uma rede de assassinos e novos conflitos familiares. O episódio final, “E Justiça para Todos…”, funciona tanto como fechamento para o arco de Leon Prater quanto como preparação para um futuro mais ambicioso.
Dexter continua dividido entre o desejo de proteger Harrison e a impossibilidade de abandonar sua verdadeira natureza. Com as pistas deixadas e as tensões em aberto, a série estabelece bases sólidas para que a segunda temporada aprofunde os dilemas do personagem e expanda os limites de sua jornada.