Se dinheiro fosse equivalente a qualidade, Atividade Paranormal seria a melhor franquia de terror da história. Com 7 filmes no currículo e milhões de Obamas no bolso, a história de Toby e seus seguidores abocanhou, de forma inexplicável, centenas de milhares de fãs pelo mundo. Mas a banda não toca assim e o buraco é beem mais profundo do que parece. Dimensão Fantasma, novo filme e último filme da franquia, coloca uma pedra sobre algo que nunca deveria ter visto a luz do sol.
Lembro do começo de tudo. Quando um amigo me emprestou um filme baseado em “fatos reais” de um casal vítima de atividades demoníacas. O belo marketing transformou o até então desconhecido Atividade Paranormal numa lenda urbana, tipo a Bruxa de Blair da nova geração (ou no máximo, mais uma tentativa). 6 filmes depois, me encontro frente a frente com Dimensão Fantasma e uma vontade de responder a grande pergunta que circulou minha mente durante os 88 minutos do longa: Por que estou fazendo isso comigo mesmo?
Dando o braço a torcer, os filmes anteriores tinham momentos bons, apesar da fórmula mais que repetida de famíliaassombradaqueusacâmerasparafilmartodaaputaria. Você sentia vontade de descobrir o que tinha por trás de Katie, Hunter e o tal Toby. E ainda levava alguns sustos para dar uma calibrada no coração. Dimensão Fantasma não tem nem um pingo do “charme” de seus antecessores e ainda joga todas as falhas no ventilador. Uma prova de que não deveriam sair daquele primeiro DVD “maldito”.
A trama coloca uma nova cambada de otários família numa casa assombrada pelo famigerado Toby. A mesma coisa que te fez dormir antes. Para sair da mesmice, os produtores prometeram duas novidades: uso do 3D e principalmente respostas para nossas perguntas. Difícil saber qual delas falha com mais vigor.
o 3D é “promovido” pelo uso de uma câmera antiga encontrada pelo pai da garotinha escolhida. Desse modo é possível ver resquícios de atividades sobrenaturais passadas e até mesmo presentes. O que deveria assustar, fica limitado ao manjado voo de objetos em direção ao espectador, além de outros clichês do mundo do terror. E o que dizer da nova forma de gosma negra do Toby? Era muito melhor quando ele era um conjunto de pontos no Kinect.
A ausência de carisma dos atores também contribuiu para que meu santo não batesse com o do filme. O destaque fica todo para a pequena Ivy George que se salva no meio do caos. O grande susto mesmo é ter que pagar mais caro para usufruir de toda essa “tecnologia” (frase clichê para combinar com o filme).
As respostas prometidas por Dimensão Fantasma eram o grande trunfo para salvar a experiência. E que deveriam ter um destaque maior, tipo, o filme todo de preferência. Algumas fitas antigas mostram parte dos rituais feitos pela antiga ceita que guia toda a franquia e que foi inserida no terceiro de forma mais contundente no terceiro filme. Aliás é ele que serve de guia para tudo o que vemos na tela.
Menções aos filmes anteriores são feitas, mas nada que chegue realmente perto de amarrar tudo que foi visto até agora. E o pior, grande parte das “revelações” já haviam sido sacadas tempos atrás. A tal Dimensão Fantasma só se mostra funcional na reta final do longa. E que olhos mais atentos podem pescar para o que ela serve muito antes do clímax.
Perto do final e percebendo que estava longe de chegar em algum lugar, o filme descamba para as soluções fáceis. Um pouco de gore aqui, uma pitada de cenas repetidas dos outros filmes ali e boom, nasce um encerramento ridículo. Segurei alguns spoilers até aqui e não vai ser agora que vou te contar tudo. Mas PQP que raiva. Para entender, você vai ter que conferir com seus próprios olhos 😉
Diante de tudo isso, Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma acaba não respondendo a maior pergunta de todas:por que cargas d’água isso se estendeu por tanto tempo?