Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos | Crítica do filme, fatos e curiosidades da história real | Lifetime Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos | Crítica do filme, fatos e curiosidades da história real | Lifetime

Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos | Crítica | Lifetime

O filme Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos (2021), exibido pelo canal Lifetime, dramatiza um dos casos criminais mais impactantes dos anos 1990 nos Estados Unidos. Baseado em fatos reais, o longa adapta o livro A House on Fire, da escritora Ann Rule, e apresenta uma reconstrução do caso de Debora Green, médica envolvida na morte de dois de seus filhos e na tentativa de assassinato do marido. Confira a seguir a nossa crítica.

True crime: enredo baseado em caso real

A narrativa gira em torno de Debora Green, uma mulher com carreira consolidada na medicina, mãe de três filhos e casada com o cardiologista Mike Farrar. Aos poucos, a rotina da família vai se tornando instável, marcada por conflitos conjugais, episódios de abuso de substâncias e desequilíbrio emocional. Após a decisão de separação por parte do marido, uma série de eventos trágicos ocorre, culminando no incêndio da casa da família, que resulta na morte de dois filhos do casal.

O filme também aborda a suspeita de envenenamento de Mike Farrar com ricina, levantando dúvidas sobre a capacidade de Debora de distinguir sua vida profissional da crise familiar que enfrentava. Ao longo da trama, o espectador acompanha a deterioração do ambiente doméstico e a construção de um caso criminal que chocou o país.

Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos e seus personagens

A obra é estruturada em flashbacks, intercalando cenas do incêndio com momentos do passado do casal, evidenciando os fatores que contribuíram para a ruptura emocional de Debora. Esse recurso permite que a audiência observe, de forma gradual, os sinais de alerta ignorados pelas pessoas ao redor da protagonista.

A personagem principal é apresentada como complexa e contraditória. O filme opta por focar nos comportamentos e decisões de Debora sem oferecer explicações psicológicas diretas, permitindo que o público acompanhe suas ações com base nas evidências mostradas. O mesmo se aplica a Mike Farrar, que surge em cena como contraponto da narrativa, representando a reação das vítimas diante da escalada de tensão.

Abordagem do crime e impacto emocional

O filme reconstrói o caso com base em relatos policiais, depoimentos e investigações. O roteiro acompanha a linha do tempo do crime até a prisão e julgamento da médica, sem acelerar os acontecimentos. A investigação é retratada por meio da atuação dos detetives, dos profissionais do hospital e dos vizinhos, que foram fundamentais para o desenrolar do processo.

As consequências do crime são apresentadas de maneira objetiva, mostrando as repercussões legais, o trauma familiar e a condução do caso judicial. O foco da obra está menos no suspense e mais na exposição dos fatos, como uma dramatização documental.

Fidelidade ao caso original de Debora Green

A adaptação respeita os principais marcos do caso real, incluindo o uso de ricina, o histórico médico de Debora Green, os registros hospitalares de Mike Farrar e os dados periciais do incêndio. O roteiro segue de perto as informações compiladas por Ann Rule em seu livro, reforçando o caráter biográfico do projeto.

Apesar de se tratar de uma dramatização, a produção evita invenções que alterem significativamente o que é conhecido do caso, o que reforça a proposta de relatar uma história real com base em documentação pública e registros judiciais.

Produção e estética televisiva do Lifetime

O filme foi produzido dentro do padrão do selo Lifetime Movies, com direção de Shamim Sarif e protagonismo de Stephanie March. As escolhas de direção buscam manter o foco nos diálogos e nas interações entre os personagens, utilizando poucos cenários e uma ambientação que remete ao contexto suburbano norte-americano dos anos 1990.

A trilha sonora, os figurinos e a iluminação seguem uma abordagem funcional, com o objetivo de reconstruir os fatos e não desviar a atenção do conteúdo central. Os elementos técnicos da produção estão a serviço da história, reforçando a seriedade do tema tratado.

Vale à pena assistir Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos? É um bom filme?

Debora Green: A Mulher Que Queimou os Filhos cumpre o papel de recontar um dos crimes mais discutidos da década de 1990 nos Estados Unidos. Ao adaptar a obra de Ann Rule, a produção do Lifetime oferece uma dramatização direta dos fatos, sem recorrer a recursos sensacionalistas. O filme se insere na tradição dos longas baseados em crimes reais, ampliando a discussão sobre violência doméstica, saúde mental e responsabilidade legal.