Dirigido e roteirizado por Tyler Perry para o Prime Video, De Tyler Perry: Em Busca da Felicidade (Finding Joy, 2025) é uma comédia romântica ambientada durante o Natal que tenta equilibrar humor e emoção, mas acaba dividida entre boas intenções e execução irregular. Estrelado por Shannon Thornton e Tosin Morohunfola, o filme busca explorar temas de autodescoberta e segundas chances, mantendo o estilo característico do cineasta — prolífico e, muitas vezes, apressado. Confira a crítica do filme:
A história de Joy em busca de sentido
A trama acompanha Joy (Shannon Thornton), uma jovem estilista de Nova York frustrada com a falta de reconhecimento no trabalho e insatisfeita com a própria vida amorosa. Quando o namorado Colton (Aaron O’Connell) a convida para conhecer sua família no Colorado, ela acredita estar prestes a viver um momento decisivo. No entanto, a viagem se transforma em desastre quando Joy descobre que o rapaz está prestes a se casar — e a convidou apenas para ser madrinha da cerimônia.
Fugindo de uma nevasca e de um constrangimento inevitável, Joy sofre um acidente e acaba sendo resgatada por Ridge (Tosin Morohunfola), um homem solitário que vive em uma cabana isolada nas montanhas. A convivência forçada entre os dois se transforma em um processo de cura emocional, no qual ambos precisam encarar seus traumas e redefinir o que significa encontrar felicidade.
Os temas e o tom do filme De Tyler Perry: Em Busca da Felicidade
Como em muitas obras de Perry, Finding Joy tenta equilibrar comédia leve e drama introspectivo. Há momentos de reflexão sobre solidão, perdão e autoaceitação, mas o roteiro oscila entre passagens sensíveis e piadas que raramente funcionam. A ambientação natalina serve mais como pano de fundo do que como elemento central, e a neve constante reforça a sensação de isolamento dos personagens.
A história funciona melhor quando se concentra na relação entre Joy e Ridge. As conversas entre os dois, ambientadas na cabana durante a tempestade, lembram uma peça intimista sobre perdas e recomeços. Ridge, ainda abalado pela morte da mãe, se torna o espelho que ajuda Joy a compreender a própria vulnerabilidade. É nesse ponto que o filme ganha densidade emocional e se aproxima de algo mais autêntico.
O elenco e as atuações
Shannon Thornton entrega uma performance envolvente, equilibrando fragilidade e determinação. Sua Joy é uma mulher que busca sentido em meio ao caos e, apesar de algumas decisões questionáveis do roteiro, consegue manter a personagem crível. Tosin Morohunfola, por sua vez, traz um tom mais contido, transformando Ridge em uma presença calma, mas marcada por dor.
As personagens secundárias, interpretadas por Inayah e Brittany S. Hall, cumprem a função de alívio cômico, embora muitas das suas cenas se percam em um humor forçado. Já o antagonista Pat-Treek (Eric Stanton Betts), chefe explorador de Joy, representa o típico vilão de comédia leve, sem grandes nuances.
Os limites da direção de Tyler Perry
Tyler Perry continua um dos cineastas mais produtivos da indústria norte-americana, mas Finding Joy reflete o principal dilema de sua filmografia recente: quantidade versus qualidade. O filme possui boas ideias sobre vulnerabilidade e amadurecimento emocional, mas é prejudicado por um ritmo irregular, diálogos artificiais e uma estética pouco inspirada.
Ainda assim, há sinceridade na mensagem central. Perry demonstra interesse genuíno em retratar personagens que aprendem a se perdoar e a se redescobrir. O problema está na forma: o humor rarefeito e a falta de tensão romântica impedem que o público se envolva completamente.
Crítica: vale à pena assistir De Tyler Perry: Em Busca da Felicidade no Prime Video?
De Tyler Perry: Em Busca da Felicidade (Finding Joy), disponível no Prime Video, é uma comédia romântica que alterna entre momentos de ternura e tropeços de execução. O filme fala sobre recomeçar após a dor e sobre como o amor verdadeiro só se manifesta quando há espaço para o autoconhecimento.
Embora não traga nada de novo ao gênero e sofra com o excesso de clichês, o longa encontra valor na honestidade emocional de seus protagonistas. É uma produção modesta, ideal para quem busca um romance leve e reflexivo para acompanhar nas festas de fim de ano — mesmo que, no fim das contas, a maior “alegria” venha mais da mensagem do que da forma como ela é contada.