Crítica | Tio Drew é um filme para os fãs de basquete

Tio Drew leva o universo do basquete de rua para o cinema e consegue com facilidade conquistar os fãs do esporte.

Tio Drew é mais uma produção para a lista de filmes de basquete, explorando a paixão dos fãs do esporte ao apresentar ídolos já conhecidos, competições, e trabalhar em cima da premissa da reunião de antigos amigos com a finalidade de jogarem juntos mais uma vez. Que fique claro que esse é um filme com apelo para quem gosta de basquete, com piadas, falas e situações que apenas quem é fã consegue absorver. Para o público em geral é uma boa comédia, mas que pode se tornar cansativo e chato ao longo da narrativa esportiva.

Baseado nos curtas da Pepsi em que o jogador Kyrie Irving era transformado em um idoso para desafiar jogadores nas quadras de basquete, o filme segue a mesma ideia, mas em uma escala e propósito diferente. Lil Rel Howery vive Drax, um grande fã de basquete e técnico de um time amador. Ele decide pegar todas as suas economias para conseguir uma vaga em um campeonato de basquete de rua, mas acaba perdendo seu time para o rival interpretado por Nick Kroll. Aí é que entra Kyrie Irving como Tio Drew, um jogador que está aposentado há anos, que é recrutado por Drax para começar um novo time. Mas Drew tem uma condição, que ele escolha os jogadores, e então ambos saem para ir atrás dos antigos companheiros de tio Drew.

A partir desse ponto o longa vira uma aventura na estrada dos EUA, mostrando Drax e tio Drew montando uma equipe com jogadores idosos que não jogam há anos. Somos apresentados ao Reverendo (Chris Webber) e sua esposa Betty Lou (Lisa Leslie), Lights (Reggie Miller), Boots (Nate Robinson) e Big Fella (Shaquille O’Neal). Antes do grande momento da competição, o roteiro mostra um pouco de cada personagem e seu passado através das interações entre si. Talvez sejam situações previsíveis, até mesmo no desfecho do filme, mas são elas que guiam a história para uma conclusão fechada. Temos questões não resolvidas entre tio Drew e Big Fella, a condição de Boots por estar preso em uma cadeira de rodas, a deficiência visual de Lights, o casamento do Reverendo com Betty Lou e a frustração de Drax com acontecimentos de seu passado como jogador de basquete. Ao trazer esses elementos para a trama, o longa estabelece as ligações entre os personagens, os guiando para se unirem durante a competição, mas é claro, com imprevistos dramáticos nos minutos finais.

A maquiagem dos atores convence bastante, e para aqueles que não sabem do seu uso, são pegos de surpresa durante os créditos finais com os vídeos de bastidores. A comédia do filme fica por conta das situações incomuns que os personagens passam por conta da idade avançada e das piadas internas do mundo do basquete que apenas os fãs das competições conseguem pegar. Shaquille O’Neal, Reggie Miller, Lisa Leslie e Chris Weber, ex-jogadores, representam muito bem os seus personagens, tanto em quadra, quanto na interpretação de pessoas idosas.

Durante a competição, o jogo realmente empolga, as cenas são muito bem trabalhadas e ensaiadas, as roubadas de bola e cestas conseguem fazer o mais fã do esporte ficar apreensivo assistindo, e até mesmo torcer. É o ponto alto de todo filme.

Tio Drew é o clássico filme para a sessão da tarde, com situações previsíveis que nos fazem adivinhar cada passa do que vai acontecer. O elenco é bom e convincente em sua proposta, o roteiro fraco é compensado pelas piadas e a empolgação do jogo final. Para quem conhece o universo do basquete, o longa pode ser uma excelente diversão, mas para aqueles que não se interessam pelo esporte, pode ser uma experiência arrastada e sem graça.