Crítica | Mentes Sombrias

Longa tenta trazer mais uma história de uma realidade distópica, mas peca pela falta de originalidade

A adaptação do livro de mesmo nome, Mentes Sombrias, da autora Alexandra Bracken, traz uma não tão nova versão de distopias adolescentes que já vimos em filmes como Jogos Vorazes, Maze Runner, Divergente etc. Apesar do gênero ser relativamente novo, os filmes que trazem essa narrativa nos últimos anos perderam um pouco da sua popularidade, porém, a indústria cinematográfica não perde a esperança investindo nessas adaptações para as telas de cinema. 

Mentes Sombrias, dirigido por Jennifer Yuh Nelson, conta a história de um mundo apocalíptico, que após uma epidemia, grande parte das crianças morre, restando apenas aquelas que adquirem superpoderes. Retiradas de suas famílias pelo governo, elas são identificadas por cores, que representam suas respectivas habilidades. O longa foca na vida de Ruby (Amandla Stenberg) que consegue fugir e, com um grupo, buscam um novo lugar considerado perfeito para viver.

 

O longa, além de investir na distopia adolescente, pega carona também, no gênero que vem crescendo ultimamente no cinema, introduzindo super-heróis, fazendo o filme parecer uma mistura de Jogos Vorazes com X-Men, entre outras histórias já lançadas. Se tem a impressão, que houve uma tentativa de trazer tudo que vem fazendo sucesso nos últimos anos e juntaram em uma coisa só, o que deixa a história um pouco sem originalidade.

Muitos problemas são encontrados no filme, desde essa falta de originalidade ao roteiro da história. Algumas situações parecem forçadas e acabam se tornando algo bem clichê. Os superpoderes dos personagens não são muito trabalhados, deixando um vazio na trama que poderia resultar em cenas incríveis. Em alguns momentos os personagens não sabem usar corretamente toda a extensão de seus dons, e outras vezes, quando é conveniente para a história, eles usam o poder como se tivessem anos de prática. Focando também na relação que a protagonista tem com Liam (Harris Dickinson), que apesar de comum, poderia dar um clímax, contudo, foi algo construído de forma superficial e rasa.

Apesar dos pesares, Mentes Sombrias tem lá seus pontos positivos, ganhando com alguns efeitos especiais utilizados no decorrer do filme. Ao que tudo indica, a história tem um gancho para continuar se desenvolvendo nas telas de cinema, porém, isso vai depender da recepção que o longa irá ter.