Filmes de monstros gigantes nunca saem da moda, eles geram um certo fascínio e curiosidade e até mesmo a vontade de torcer para que a criatura vença no final. E adicionando o elemento de lugares inexplorados pela humanidade, como o espaço e o mar, a curiosidade aumenta muito mais. Agora, se você apresenta uma boa história de monstros gigantes, com explicações científicas convincentes, bons efeitos e um ator de ação que nenhuma pessoa deveria mexer, aí temos um filme digno de ser assistido. Megatubarão apresenta tudo isso e consegue ser uma ótima escolha para quem está indeciso no que assistir no cinema durante o fim de semana. Afinal, Jason Statham lutando contra um tubarão gigante, mesmo sendo bizarro, é quase uma obra de arte.
Baseado no livro MEG de Steven Alten, a trama mostra Jonas Taylor (Jason Statham), um experiente mergulhador, porém traumatizado devido durante o seu último resgate ter abandonado amigos para morrer, ser forçado a voltar a atividade para realizar um perigoso resgate na Fossa das Marianas, e é durante essa operação que toda a equipe descobre a existência de um tubarão pré-histórico gigantesco de 27 metros, que acaba escapando para o mar aberto e dando início a uma caçada contra o tempo.
O filme gasta seus momentos iniciais apresentando um pouco de seus personagens, algo que não deveria ser tão importante em um filme do tipo. Jonas, que anteriormente já se deparou com o tubarão, é visto até certo ponto como um profissional inseguro e não confiável, uma tentativa de humanizar o personagem e fazer com que realmente nos preocupemos com ele, mas é a interpretação de Statham que nos ganha durante a história. Os outros personagens cumprem o papel que lhes foram entregues, a doutora Suyin (Li Bingbing) que de ínicio não confia em Jonas, mas logo muda de ideia, sua filha Meiying (Sophia Cai), que representa a inocência e com quem conseguimos nos importar mais do que o protagonista, o rico Jack Morris (Rainn Wilson) que financia todo o projeto científico, DJ (Page Kennedy) o cara engraçado e a técnica de informática Jaxx Herd (Ruby Rose).
Megatubarão consegue passar todo o clima de preocupação e nervosismo que um filme com essa temática pede, é um dos motivos que nos faz manter a atenção no que acontece na tela. A direção de Jon Turteltaub (A Lenda do Tesouro Perdido), trazendo elementos de Jurassic Park e Tubarão, consegue manter o suspense nas cenas em que o tubarão gigante aparece, o deixando muitas vezes escondido para só então no último segundo aparecer, dando aquele susto previsível, mas eficaz. Previsibilidade é o que define o filme, mas nada que comprometa a experiência, mesmo já sabendo o que vai acontecer e quem vai morrer.
A escala do tubarão é gigantesca, mas deixa um pouco a desejar na hora de mostrar toda a sua majestosidade, se limitando em focar mais em ângulos que acabam diminuindo o tom da ameaça, porém, o cgi não deixa a desejar e podemos de fato acreditar que aquele animal pode ser real. O lado científico é bem explorado, adicionando mais realidade a história, o problema chega quando o lado sério tenta se sobrepor ao trash e descompromissado. Um grande defeito de Megatubarão é deixar o sangue e as mortes violentas de lado. O show visual que deixaria o filme mais interessante foi sacrificado para que o longa conseguisse uma classificação mais leve.
O potencial de Megatubarão é imenso, mas se perde em uma tentativa desnecessária de querer se levar mais a sério do que deveria. Nem tudo é perdido, o filme funciona, entrega a diversão proposta e cumpre o objetivo de mostrar uma luta entre um humano e um tubarão pré-histórico gigante. Nada memorável, pelo menos não ainda, e digo isso devido o livro base ter mais sete continuações, e não seria surpresa nenhuma recebermos a notícia da produção de um próximo filme. E assim espero que seja, nada melhor do que Megatubarão virar uma franquia no melhor estilo Velozes e Furiosos.