Crítica | Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro

Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro é o típico mistureba brasileiro, mira em vários estilos e consegue, com muita dificuldade, acertar em um público específico. O filme é um terror trash, daqueles que exageram na quantidade de sangue a todo momento mostra diversas partes mutiladas de corpos e todo tipo de bizarrice possível.

Acompanhando essa temática, o humor negro está presente do início ao fim, com o único objetivo de chocar e chamar a atenção de quem assiste, nada mais. A produção ainda entra na onda dos Youtubers, com o grupo protagonista sendo mostrado como profissionais da plataforma e trabalhando para conseguir um futuro programa de TV baseado neles. Mesmo trazendo referências a Caça Fantasmas e um clima de filmes dos anos 80, Exterminadores de Além não tem êxito em apresentar uma divertida comédia. Falta tudo.

Como carisma dos atores em seus personagens, roteiro coerente e direção certa. Para quem curte o simples fato de ter sangue jorrando, piadas com humor sujo (mas sem nenhuma graça) e nenhuma pretensão de assistir algo que acrescente conteúdo de qualidade, é a pedida certa.

O filme acompanha um quarteto de amigos, interpretados por Danilo Gentili, Léo Lins, Murilo Couto e Dani Calabresa, que possuem um canal no YouTube e fazem um reality show sobre caça assombrações, mas tudo de forma falsa e produzido por eles mesmos, ninguém realmente acredita nas assombrações. Eles então são chamados para avaliar uma escola e a possível ameaça da Loira do Banheiro estar lá. Atrás apenas do dinheiro recebido, eles se aproveitam da situação e planejam toda uma encenação para enganar a todos, mas acabam encontrando uma verdadeira ameaça sobrenatural e tendo que salvar suas vidas.

Com um roteiro bagunçado e falta de ritmo, o longa acaba se arrastando por mais tempo do que deveria realmente durar. A história é simples, mas a impressão que fica é de que esticaram ao máximo para encaixarem o maior número de piadas e sangue na tela. No campo das atuações, potenciais foram perdidos e o que sobra é uma tentativa fraca ao dar destaque para caras e bocas de Danilo Gentili, que mais incomodam e dão sono do que qualquer outra coisa. Dani Calabresa é um dos potenciais desperdiçados, sua participação é curta e pouco memorável, caso ganhasse mais tempo em tela poderia ter elevado o filme. As crianças do Carrossel, não bastasse a participação no elenco, mas também piadas para relacionar o longa com a novela, receberam um contexto interessante, só que logo reduzidos em uma grande piada. Os efeitos especiais ficaram até aceitáveis para o tipo de produção.

No geral, Exterminadores do Além tem tudo para agradar um pequeno grupo de brasileiros com gosto para esse tipo de filme e para aqueles que querem curtir algo descompromissado (ou só dormir no cinema mesmo).