Crítica | Dede traz genialidade da Geórgia para a 41ª Mostra

Surpreendente a cada minuto, Dede não se limita a contar apenas uma história de amor

Dirigido por Mariam Khatchvani, Dede (2016) se passa em um vilarejo no ano de 1992 na Geórgia. O filme conta a história da jovem Dina que foi prometida por seu avô a David, mas que acaba se apaixonando por Gegi. Porém, o que ela não sabe é que Gegi não apenas é amigo de David como o salvou durante a guerra.

Com a premissa de um romance, o filme inicia com a luta de Dina contra as tradições da sociedade daquele vilarejo para poder viver seu amor. Entretanto, o excelente roteiro de  Mariam Khatchvani e Vladimer Katcharava não se resume apenas a contar essa história de amor. Com inúmeras reviravoltas, o filme nos surpreende a cada minuto, nos levando a um final que, creio eu, ninguém imaginaria!

Além de um roteiro muito bem escrito e de uma montagem muito bem planejada, Dede ainda conta com uma linda fotografia formada por paletas frias que enaltecem a beleza do cenário gélido da Geórgia.

A direção de Mariam apresenta planos e cortes de grande excelência, porém sem muita ousadia. Entretanto essa é uma característica essencial para o filme. Talvez o uso de tomadas ousadas pudesse quebrar todo o “clima” do filme.

Dede é um filme exatamente como deveria ser. Sem extravagâncias, com boas atuações, roteiro genial e um final pra lá de inesperado. Sim, a Geórgia tem cinema e de altíssima qualidade!