Crimes em Déli 3ª Temporada - crítica da série inadiana da Netflix Crimes em Déli 3ª Temporada - crítica da série inadiana da Netflix

Crimes em Déli – 3ª Temporada | Crítica da Série | Netflix

A 3ª temporada de Crimes em Déli acaba de estrear na Netflix e mantém o foco da série em retratar crimes que refletem a realidade social da Índia. Com direção de Tanuj Chopra, os seis episódios mergulham em um caso de tráfico humano envolvendo meninas sequestradas, mulheres forçadas ao casamento e bebês vendidos em um esquema que atravessa fronteiras. Ao mesmo tempo, o novo ano reforça a força do time liderado por Vartika Chaturvedi (Shefali Shah), que retorna ao centro da investigação mesmo estando alocada em Silchar. Confira a crítica da série indiana:

Onde se inicia a trama da 3ª temporada de Crimes em Déli

A temporada se passa três anos após os eventos anteriores e reúne novamente personagens que já se tornaram familiares ao público: Bhupender Singh (Rajesh Tailang), Neeti Singh (Rasika Dugal), Jairaj Singh (Anuraag Arora) e Vimla Bharadwaj (Jaya Bhattacharya). A equipe se vê diante da quadrilha comandada por Badi Didi, interpretada por Huma Qureshi, cuja rede de exploração se estende de Rohtak a Bangkok. O caso ganha contornos ainda mais sensíveis quando um bebê ferido e abandonado se torna o ponto emocional da investigação, lembrando situações reais como as do chamado “Caso Bebê Falak”, que chocou o país em 2012.

A nova temporada reforça uma marca que acompanha Crimes em Déli desde o início: a recusa ao sensacionalismo. Mesmo ao lidar com temas extremos como escravidão sexual e violência contra mulheres, a série opta por focar nas engrenagens sociais que tornam esses crimes possíveis. A narrativa discute abertamente a apatia coletiva, os preconceitos de gênero e até como parte desse sistema é alimentado por mulheres que, depois de vítimas, se tornam agressoras. É o caso de Badi Didi, cuja origem dentro de um ciclo de violência ainda orienta suas escolhas.

O elenco da série indiana

Shefali Shah mais uma vez conduz a série com firmeza. Sua Vartika entende o impacto do caso não apenas como dever profissional, mas como um reflexo das desigualdades que atravessam o país. A trajetória de Neeti, vivida por Rasika Dugal, também ganha atenção ao abordar conflitos domésticos e as dificuldades que enfrenta dentro das estruturas da polícia, reforçando como a hierarquia de gênero é parte central da história.

Crimes em Déli 3ª Temporada - crítica da série inadiana da Netflix

Entre as novidades do elenco, Huma Qureshi entrega uma antagonista calculista, enquanto Sayani Gupta se destaca como Kusum, personagem que vive as contradições da vida dentro da rede criminosa. Há ainda participações marcantes de Mita Vashisht e Kelly Dorji, que ampliam a discussão sobre os diferentes papéis dentro do tráfico humano.

Crítica: a 3ª temporada de Crimes em Déli mantém a qualidade da série na Netflix?

Se por um lado a temporada acerta ao aprofundar debates sociais e ao desenvolver seus personagens femininos, por outro o clímax se aproxima do estilo mais dramático do cinema comercial indiano. A resolução é longa e menos tensa que a prometida, reduzindo parte do impacto emocional que marcou os anos anteriores.

Ainda assim, Crimes em Déli continua sendo um dos dramas policiais mais relevantes do catálogo da Netflix. A série permanece menos interessada em revelar culpados e mais em entender motivações, dinâmicas sociais e as falhas institucionais que permitem que horrores cotidianos se repitam. É esse olhar humano — e a denúncia silenciosa que emerge dele — que faz da 3ª temporada uma continuidade coerente e necessária.