Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh - Crítica da série Disney+ Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh - Crítica da série Disney+

Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh (2025) | Crítica da Série | Disney+

A trajetória da família Murdaugh já foi explorada em documentários, podcasts e até filmes, mas o Hulu (através do Disney+ no Brasil) aposta agora em uma dramatização com Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh (Murdaugh: Death in the Family, 2025). A minissérie de oito episódios revisita a ascensão e queda do clã jurídico mais influente da Carolina do Sul, transformando um caso real de corrupção, assassinato e decadência moral em uma narrativa ficcional que busca capturar o impacto humano por trás do escândalo. Confira a crítica da série com base nos primeiros episódios:

Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh

O enredo e o ponto de partida

A história começa na noite de 7 de junho de 2021, quando Alex Murdaugh, interpretado por Jason Clarke (estrela do recém-landado A Última Fronteira, do AppleTV+), liga para a emergência após encontrar os corpos de sua esposa Maggie (Patricia Arquette) e de seu filho Paul (Johnny Berchtold). A cena inicial estabelece o tom sombrio da série, que logo volta alguns anos no tempo para mostrar como a família chegou àquela tragédia.

A partir daí, a produção revisita o império jurídico construído pelos Murdaugh ao longo de três gerações, que dominaram o sistema judicial da Carolina do Sul com poder e influência. Sob o verniz de uma família de prestígio, existiam segredos, vícios e uma sucessão de crimes que acabariam por corroer o nome que os sustentava.

A implosão de uma dinastia

O roteiro explora as tensões internas e as relações desiguais entre os membros da família, evidenciando como o privilégio e a sensação de impunidade moldaram cada um deles. Paul, o filho mais novo, é retratado como um jovem impulsivo e problemático, cuja irresponsabilidade culmina no acidente de barco que matou uma amiga, iniciando a derrocada pública dos Murdaugh. Alex tenta manipular as investigações e proteger o nome da família, enquanto seu vício em opioides e o descontrole financeiro revelam um homem à beira do colapso.

Paralelamente, a série apresenta Mandy Matney (Brittany Snow), repórter e podcaster que passa a investigar o caso. É por meio dela que o público acompanha a desconstrução da imagem dos Murdaugh e o surgimento de novas suspeitas envolvendo mortes anteriores associadas à família.

O retrato do poder e da corrupção

Dirigida por Michael D. Fuller e Erin Lee Carr, a produção transforma o caso Murdaugh em um estudo sobre poder, manipulação e autodestruição. A estrutura narrativa alterna entre o presente e o passado, revelando gradualmente como as decisões de Alex e sua busca por controle resultaram em tragédias irreversíveis.

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Clarke entrega uma performance intensa como Alex Murdaugh, um homem consumido por ganância e insegurança, enquanto Arquette dá profundidade à figura de Maggie, presa a um casamento de aparências e a uma estrutura patriarcal sufocante. O elenco de apoio, incluindo Berchtold e Will Harrison como os filhos Paul e Buster, reforça o retrato de uma família moldada por privilégios e pela falta de empatia.

Vale à pena assistir Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh no Disney+? | Crítica

Um caso real que continua ecoando

Embora a série repita muitos fatos já conhecidos de quem acompanhou os documentários anteriores, Crime de Uma Dinastia: O Caso Murdaugh consegue manter relevância ao dramatizar as contradições de seus personagens. O resultado é um retrato tenso e meticuloso de uma dinastia que acreditava estar acima das consequências, até que o peso de suas próprias mentiras se tornou insustentável.

A produção do Hulu reafirma que, por trás do mito de poder e sucesso, os Murdaugh foram vítimas e algozes de uma mesma crença: a de que a verdade é apenas aquilo que se consegue fazer os outros acreditarem.