Criaturas do Fatol (Beacon, 2024), filme da HBO Max - confira fatos e curiosidades e crítica Criaturas do Fatol (Beacon, 2024), filme da HBO Max - confira fatos e curiosidades e crítica

Criaturas do Farol (Beacon, 2024) | Crítica do filme | HBO Max

Criaturas do Farol (Beacon, 2024), dirigido por Roxy Shih e com roteiro de Julio Rojas, está disponível no catálogo da HBO Max e vem chamando a atenção do público por sua mistura de suspense psicológico e elementos mitológicos. O longa acompanha a jornada de Emily Reza (Julia Goldani Telles), uma jovem navegadora que sonha em dar a volta ao mundo sozinha, mas acaba envolvida em uma trama de mistérios após ser forçada a encontrar refúgio em um farol isolado. Leia a nossa crítica do filme.

A premissa de Criaturas do Farol

A história começa com Emily cruzando os mares a bordo do veleiro Wind Dancer, em uma tentativa de seguir os passos do pai e do avô, que completaram o mesmo feito. No entanto, o que deveria ser uma travessia tranquila se transforma quando uma forte tempestade atinge seu barco, levando-a a naufragar e encontrar abrigo em um farol remoto.

No local, ela conhece Ismael (Demián Bichir), o responsável pela manutenção do farol, que parece disposto a ajudá-la. No entanto, à medida que a convivência entre os dois se intensifica, a narrativa passa a explorar dúvidas sobre a confiabilidade de Ismael e as verdadeiras intenções por trás de sua hospitalidade.

As referências literárias e mitológicas

O filme insere diversas referências a obras literárias e elementos da mitologia marítima. Um dos mais evidentes é o nome do personagem Ismael, uma alusão direta ao narrador de Moby Dick, de Herman Melville. Logo na primeira interação entre ele e Emily, Ismael cita a famosa frase do livro: “Me chamo Ismael”. A escolha do nome não parece aleatória, funcionando como um indicativo de que o personagem pode ser uma espécie de lente pela qual o espectador interpreta os acontecimentos.

Outro ponto relevante é a relação com Netuno, o deus dos mares. Antes da tempestade que provoca o acidente, Emily realiza um ritual familiar oferecendo uma barra de chocolate a Netuno, mas acaba desdenhando da tradição e come o doce. Essa atitude levanta a hipótese de uma punição divina que a leva até o farol, um tema recorrente em narrativas que envolvem forças sobrenaturais ligadas ao mar.

A relação entre Emily e Ismael em Beacon

Grande parte do suspense do filme gira em torno da relação entre Emily e Ismael. Inicialmente, o faroleiro se apresenta como alguém disposto a ajudá-la, mas suas atitudes despertam desconfiança. Ao longo da narrativa, surgem indícios de que Ismael pode estar escondendo segredos importantes, incluindo detalhes sobre a morte de seu antigo companheiro de trabalho, Manuel.

Essa ambiguidade leva o espectador a questionar se Ismael é um protetor ou um antagonista, e a ausência de respostas definitivas contribui para o clima de incerteza que permeia a obra.

A transformação de Emily e os elementos de horror cósmico

O segundo ato do filme introduz um aspecto sobrenatural que altera a interpretação de tudo que veio antes. Aos poucos, Emily começa a perceber mudanças físicas em seu corpo, com o surgimento de escamas e guelras, sugerindo uma transformação que foge ao seu controle. Esses elementos remetem a figuras mitológicas, como as sereias da Odisseia, e reforçam o aspecto cósmico e inevitável de seu destino.

Ismael, por sua vez, reage de forma violenta ao descobrir a transformação, o que leva ao confronto final entre os dois personagens. O desfecho, no entanto, mantém mais perguntas do que respostas.

Final explicado de Criaturas do Farol

O final de Criaturas do Farol sugere que Emily é, de fato, uma sereia, embora a revelação ocorra de forma gradual. Após a luta com Ismael, a narrativa deixa em aberto dois caminhos possíveis: a jovem pode ter atendido ao chamado de socorro no rádio, apagando os rastros da morte do faroleiro para retomar sua vida anterior, ou pode ter decidido rejeitar o contato com o mundo humano e assumir de vez sua verdadeira natureza, desaparecendo no mar.

Essa indefinição é central para a experiência do filme, convidando o espectador a interpretar os acontecimentos de acordo com sua própria leitura da jornada de Emily.

Crítica: vale a pena assistir Criaturas do Farol (Beacon, 2024)?

Criaturas do Farol (Beacon, 2024) combina suspense psicológico, referências literárias e mitologia para construir uma narrativa que se apoia na dúvida e na ambiguidade. Ao deixar pontas soltas e apostar na subjetividade, o filme entrega ao público a responsabilidade de interpretar o destino dos personagens e o significado dos eventos.

Disponível na Max, o longa é indicado para quem busca um thriller que mistura mistério, simbolismo e elementos sobrenaturais.