Fui rever Thor: Ragnarok e algumas coisas incomodaram: O Deus do Trovão virou o Deus do Martelo? O final do filme se tornou inútil? Vamos os impactos (dessa vez negativos) que os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita tiveram no MCU
O sucesso de Vingadores: Guerra Infinita já é uma realidade e, após duas semanas da estreia, é seguro dizer que o filme cumpriu bem sua missão de entregar um vilão do porte do Thanos (Josh Brolin), ao mesmo tempo que ofereceu algumas boas surpresas para o público nos cinemas (como falamos em nossa crítica). Junto a isso, o longa da Marvel também apresentou uma jornada bastante interessante de um dos vingadores clássicos: Thor, o Deus do Trovão.
Para refrescar a memória: em Guerra Infinita, Thor – logo depois de tomar uma surra do Thanos e ser salvo pelos Guardiões da Galáxia – vai em busca de uma nova arma capaz de derrotar o Titã Louco, acompanhado de Rocket e Groot. Isso porque ele perdeu seu precioso Mjölnir, destruído por Hela em Thor: Ragnarok. Lembra desse filme, certo?
Pois acontece que o filme infinito prejudicou algumas coisas positivas para quem for rever Thor: Ragnarok. Dirigido pelo excelente Taika Waititi, o longa conseguiu encontrar um tom mais adequado à versão do personagem nos cinemas, que destoa – muito – do Odinson das HQs que gostaríamos de ver retratado. Chris Hemsworth, um cara da comédia, está muito mais à vontade (com direito a monólogos) e convenceu de que não é apenas um rosto bonito, ou nas palavras de Drax, “um cruzamento de um pirata com um anjo”.
Prejudicou como?
Ora, um dos grandes objetivos no final de Thor: Ragnarok é salvar Asgard. Para tanto, a Marvel tratou de destruir o reino de Odin com o argumento de que quem importa é sua população. Agora me diga: como aquela sequência final, com todo os argardianos salvos e felizes, se manterá importante se sabemos que horas depois a nave de Thanos vai passar o rodo em geral? Claro que alguns se salvaram, como os próprios diretores afirmaram em entrevistas, mas isso não foi mostrado no filme.
Outro ponto pertinente é a jornada do próprio Thor. Em Ragnarok, perder o Mjölnir força o herói a se superar e mostrar que ele não é o “Deus dos Martelos”, como o próprio Odin brincou. Com isso, ele quis dizer que seu filho não precisa de uma arma para provar seu valor e ser quem ele é. Foi um aprendizado parecido com o de Peter Parker em Homem-Aranha: De Volta ao Lar com o lance do uniforme. Posto isso, a jornada em Vingadores: Guerra Infinita em busca da Stormbreaker (Rompe Tormentas) ficou bastante legal, mas vai de encontro com os ensinamentos de Ragnarok. Claro que uma ameaça como Thanos demanda toda ajuda possível, então nesse caso poderíamos ter visto o filho de Odin sendo derrotado logo no início de Guerra Infinita.
Além desses pontos, não ajuda em nada supor que personagens como Valquíria, Korg e Miek também foram mortos no ataque do Thanos, sem mesmo termos visto isso em tela. Lógico que não morreram, mas as coisas ficaram muito pendentes para a Marvel resolver depois.
Mas calma, isso não estraga a brincadeira. O MCU ainda continua sendo um baita universo expandido nos cinemas, e a Marvel de fato chegou ao seu ápice com Vingadores: Guerra Infinita. O melhor disso tudo é terem encontrado um tom adequado ao Deus do Trovão, e as expectativas para Vingadores 4 estão enormes.