Mais nova comédia brasileira estrelada por Danilo Gentili, ‘Como se Tornar o Pior Aluno da Escola’ vai deixar pais e professores preocupados
“Como seria se Ferris Bueller fosse o Sr. Miyagi?” ─ Essa foi a resposta de Danilo Gentili quando perguntei sobre as inspirações cinematográficas para seu filme Como Se Tornar O Pior Aluno da Escola. Com humor ácido e crítica ao politicamente correto, o filme baseado em um livro do apresentador chegará aos cinemas no dia das crianças, ironia perfeita para um enredo onde dois adolescentes vão aprender a como serem os piores alunos de sua escola.
No filme, o estudante Pedro precisa gabaritar a prova final de matemática para passar de ano e quando tudo parece perdido, ele encontra o velho manual de um ex-aluno que aprontou todas no colégio. A partir disso um enredo louco e extremamente engraçado se seguirá, colocando dois adolescentes em situações inusitadas com mulheres, bebidas, bombas caseiras e até assédio sexual. Apesar da classificação livre, o filme está longe de ser algo família e provavelmente arrancará críticas negativas de pais e professores mais conservadores.
Algo que me agradou muito foi perceber a identificação que há entre o expectador e o personagem, apesar das situações inusitadas e obviamente exageradas para causarem humor, o dilema pelo qual os adolescentes estão passando é extremamente comum a qualquer estudante. Isso unido ao clima nostálgico dos anos 80, onde tentam trazer a “zoeira raiz” de volta a vida, faz com que o expectador tenha total imersão na história e se divirta bastante. Além disso, o cenário e representação da escola estão muito atuais, vemos uma turma com todos os estereótipos de alunos, desde o “certinho” até a “turma do fundão”. O mesmo ocorre com os professores e seus bordões e formas de tratar os estudantes.
Uma boa contextualização só dá certo se houver um bom elenco e esse é mais um ponto positivo do filme. No elenco temos nomes como Moacyr Franco e também Carlos Villagrán, o eterno Quico do seriado mexicano Chaves. Apesar de ser um ícone na infância brasileira, Carlos só havia participado de um filme uma única vez, na década de 70. Muito interessante vê-lo em um novo personagem, se esforçando para falar português e sendo reconhecido no meio cinematográfico através de um longa brasileiro.
A direção ficou por conta de Fabrício Bittar, mas quem realmente brilhou foi Danilo Gentili, que além de ter interpretado e escrito o roteiro, também foi o responsável por grande parte dos desenhos que compõem os cartazes promocionais do filme, ideia que para mim, deixou tudo mais original. Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola não é nada épico como Curtindo A Vida Adoidado, mas com certeza tira boas risadas dos expectadores e veio somar para o cinema nacional.
Vale a pena visitar o cinema mais próximo no dia 12 de outubro para prestigiar a obra, mas lembre-se que apesar da classificação livre, existem muitos palavrões e cenas que podem não ser recomendadas para crianças muito pequenas.