Crítica | Bleach (Netflix)

Mais nova adaptação original Netflix, Bleach oferece uma aventura que respeita o material original

Por Nilcilane Vaz

Nem só de adaptações ruins vive as transposições de mangás para as telas, e o live-action de Bleach veio pra dar uma mão à Netflix.

Pra quem não é tão familiarizado no mundo dos quadrinhos japoneses, Bleach é uma série de mangá escrita e desenhada por Tite Kubo. Nela, acompanhamos a história de um Jovem chamado Kurosaki Ichigo, que no auge de sua adolescência acaba recebendo os poderes da shinigami (deuses da morte) Rukia Kuchiki e, após isso, Ichigo agora deve assumir as responsabilidades de seus novos poderes que envolvem guiar almas à vida pós morte, e derrotar os Hollows (espíritos malignos).

A adaptação da Netflix conta com a direção de Shinsuke Sato, que tem em seu portfólio The Princess Blade (2001), Gantz (2011) e I Am a Hero (2015), obras de ouro que também tem adaptações magnificas. Em Bleach, temos Sota Fukushi como Ichigo, que ficou bastante conhecido por participar de alguns filmes do Tokusatsu Kamen Rider, e Hana Sugisaki como Rukia, uma jovem atriz bastante premiada por sua atuação em “Her Love boils BathWater”.

Um ponto fortíssimo é a caracterização dos personagens. No mangá, Ichigo tem cabelos alaranjados, olhos castanhos claro, é alto e esguio (um traço marcante de Kubo) e Rukia é uma moça de baixa estatura de cabelos negros e olhos marcantes. No live-action, diferente do que ocorre nas adaptações japonesas, não optaram por colocar uma peruca tosca nas cabeças dos atores, deixando as características do personagem de forma mais harmônica com o real, fugindo da impressão de cosplay. Isso se repete nos personagens secundários. A única exceção é Byakuya Kuchiki.

Também não deixaram a desejar nos hollows, o trabalho de computação gráfica está muito bom. As cenas de ação estão maravilhosas, onde a combinação de ótima coreografia + jogo de câmera + computação gráfica, deixa tudo mais dinâmico. Nada de diálogos longos no meio da luta, só quem faz barulho nessas cenas são as espadas.

Agora vamos a pergunta que não quer calar: É igual ao mangá ou ao anime?

A resposta é… mais ou menos. Bleach é uma obra bastante extensa e complexa e a adaptação da Netflix foi somente introdutória. Diferente de Death Note, Bleach veio com seu roteiro original para as telas, nada americanizado, somente foi configurado para parecer mais real aos olhos do telespectador. Fomos apresentados aos personagens chave da obra como: Ishida, Chad, Orihime, mas isso de forma sutil e se focou basicamente os primeiros capítulos do mangá, o que não foi nada decepcionante e foi entregue muito bem.

Quem nunca viu o anime ou leu o mangá pode facilmente se situar na história sem precisar de explicações, e quem já conhece vai ficar satisfeito e pedindo mais. Até o momento não foi confirmado continuação, o jeito é esperar… o mundo ainda precisa ver a Soul Society, as Bankais, todo o batalhão de Shinigamis, o Zaraki. Tudo isso em live action. Bleach é uma excelente pedida para os amantes da obra original, pois trata seu material com o respeito devido e nos apresenta uma ótima aventura.