Berço de Ouro (Old Money, 2025) - crítica da série turca da Netflix Berço de Ouro (Old Money, 2025) - crítica da série turca da Netflix

Berço de Ouro | Crítica da Série Turca | Netflix

A nova produção turca da Netflix, Berço de Ouro (Old Money, 2025), dirigida por Uluç Bayraktar e escrita por Meriç Acemi, aposta em uma trama de amor, poder e herança familiar ambientada entre mansões e iates de luxo em Istambul. Com oito episódios, o drama romântico mistura rivalidade e desejo, explorando as tensões entre o dinheiro antigo e o novo, entre tradição e ascensão social. Confira a crítica da série turca:

O enredo de Berço de Ouro

A série acompanha Nihal (Aslı Enver), uma herdeira que retorna da França à mansão de sua família em Istambul com o objetivo de vendê-la aos Bulut, uma família de novos ricos. O negócio, porém, é mais complexo do que parece. A mansão está envolta em dívidas herdadas de seu pai, e o comprador — o empresário Osman (Engin Akyürek) — tem motivações pessoais para adquirir o imóvel.

Osman é o cérebro por trás da fortuna dos Bulut, uma família que nasceu da tragédia: os irmãos Songül (Dolunay Soysert), Mahir (İsmail Demirci), Arda (Taro Emir Tekin) e o próprio Osman foram os únicos sobreviventes de um terremoto em 1999. A partir do nada, eles construíram um império, e Osman, com seu talento estratégico e frieza, se tornou o símbolo dessa ascensão.

Quando Nihal decide continuar o projeto do megaiate encomendado por Osman para tentar salvar a casa, os dois acabam presos em um jogo de interesses, orgulho e atração. O embate entre a herdeira tradicional e o magnata moderno alimenta a tensão central da série, ao mesmo tempo em que revela suas fragilidades e motivações pessoais.

Rivalidade, desejo e poder

A relação entre Nihal e Osman é o coração pulsante de Berço de Ouro. Ambos vêm de mundos opostos, mas compartilham a mesma obstinação e uma dificuldade em confiar. A série investe em um tipo de romance que cresce lentamente, entre provocações, silêncios e feridas antigas. Engin Akyürek dá a Osman um ar enigmático e controlado, enquanto Aslı Enver constrói uma Nihal decidida, movida tanto por orgulho quanto por lealdade familiar.

Berço de Ouro (Old Money, 2025) - fatos e curiosidades da série turca da Netflix

A química entre os protagonistas é fundamental para que o público se envolva emocionalmente com a trama. A tensão entre eles não é apenas sexual ou afetiva, mas também social e moral — uma luta entre quem nasceu no topo e quem precisou conquistá-lo. Essa dualidade é o motor do roteiro, que transforma o amor em campo de batalha entre ego e vulnerabilidade.

Um olhar sobre a elite turca

Assim como outras produções turcas recentes, Berço de Ouro combina melodrama e crítica social. Embora ambientada entre mansões luxuosas e festas à beira-mar, a série evita glamorizar a riqueza. O luxo serve como pano de fundo para expor solidão, culpa e ressentimentos de personagens que, apesar do dinheiro, continuam presos a traumas do passado.

A família Bulut, por exemplo, é marcada pela dor e pela sobrevivência. O contraste entre o sucesso financeiro e o vazio emocional é constante, e os flashbacks que mostram a origem dos irmãos são alguns dos momentos mais eficazes da série. Já a trajetória de Nihal reflete a crise de uma geração que herda fortunas, mas não o poder de decidir livremente o próprio destino.

Temas e atuações no drama da Netflix

O roteiro aborda temas como legado, desigualdade e ambição, sem deixar de lado o elemento romântico. As tramas paralelas — como o drama de Mahir e o triângulo amoroso de Arda e Berna (Zeynep Oymak) — complementam o enredo principal, revelando como a busca por status e aceitação molda todos os relacionamentos dentro da história.

Engin Akyürek e Aslı Enver entregam atuações contidas, mas emocionalmente densas. A série ganha força nos momentos de silêncio entre os dois, quando o orgulho fala mais alto do que as palavras. O elenco de apoio, incluindo Sedef Avcı e Serkan Altunorak, contribui para dar profundidade à trama, equilibrando o drama íntimo com o contexto social.

Berço de Ouro (Old Money, 2025) - crítica da série turca da Netflix

O ritmo e a direção da série turca

A direção de Uluç Bayraktar privilegia o visual elegante e o ritmo contemplativo. Há longas tomadas que exploram a paisagem de Istambul e as dinâmicas familiares, mas o roteiro às vezes se alonga em diálogos de negócios e simbolismos excessivos. Ainda assim, o drama se mantém envolvente graças à sinceridade emocional e à força dos personagens centrais.

Crítica de Berço de Ouro (Old Money): uma série sobre o que o dinheiro não compra

Berço de Ouro é mais do que uma história de amor entre inimigos. É um retrato de duas formas de poder — o herdado e o conquistado — que colidem em um cenário de luxo e ressentimento. A série se destaca por tratar o amor e o orgulho como forças equivalentes, capazes de construir e destruir com a mesma intensidade.

Mesmo com algumas repetições narrativas, Berço de Ouro se sustenta por sua honestidade emocional e pelo carisma de seu elenco. No fim, o que permanece não é o brilho das joias ou dos iates, mas o peso das escolhas e das feridas que o dinheiro é incapaz de curar. Assista na Netflix.