Não faltam exemplos na cultura pop de casos onde o destino aprontou das suas. Tal ator nasceu para viver um certo personagem, como no celebre caso de Robert Downey Jr. e Tony Stark/Homem de Ferro. Ou tal diretor é perfeito para comandar esse filme, como Peter Jackson e O Senhor dos Anéis (esqueçam o Hobbit…). E por mais que não pareça, Patty Jenkins e Mulher-Maravilha fazem parte desse grupo. Mas para chegar ao sucesso de hoje, é necessário voltar um pouco no tempo.
No longínquo ano de 2003, Patty Jenkins era uma jovem diretora em busca de espaço para mostrar seu talento. E para estrear com tudo, ela comandou o sucesso de crítica e bilheteria Monster – Desejo Assassino. Contando a história de Aileen Wuornos, a primeira mulher serial killer dos EUA, o longa rendeu o Oscar de Melhor Atriz para Charlize Theron. E mais, colocou o nome de Patty no radar dos grandes estúdios. Naquele momento nascia seu primeiro contato com Diana Prince.
Pouco tempo depois, a Warner Bros. entrou em contato com a diretora que logo revelou seu desejo de comandar um filme da Mulher-Maravilha. Até então, o único material live action da maior heroína da DC Comics se resumia a clássica série estrelada por Lynda Carter nos anos 70. O projeto, que já tinha atrizes como Sandra Bullock e Catherine Zeta-Jones cotadas para o papel principal, nunca conheceu a luz do dia.
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Apesar do sucesso instantâneo, Patty Jenkins não se manteve atuante no cinema. No entanto, encontrou espaço na televisão. Dirigiu episódios de Arrested Development, Entourage e The Killing (onde venceu o DGA de melhor direção de série dramática pelo excelente episódio piloto). Em 2008, os caminhos da diretora e da Mulher-Maravilha voltaram a se cruzar, ainda que brevemente. Quando Joss Whedon se desligou da direção de um possível filme da personagem, Patty novamente foi cotada para a missão. Mas preferiu focar em sua gravidez.
Em 2011, ela retornou para o universo dos super-heróis. Com seu MCU cada vez mais consolidado, a Marvel contratou Patty para dirigir Thor: O Mundo Sombrio. Seria o primeiro longa do estúdio comandado por uma mulher (algo que ainda não ocorreu). A Casa das Ideias não curtiu muito as ideias da diretora, o que levou a uma ruptura no curto relacionamento. Alan Taylor herdou o cargo e o resto é aquela bomba que todos conhecem ¯\_(ツ)_/¯
O tempo passou e a Warner decidiu investir pesado num universo cinematográfico com os personagens da DC Comics. E o filme solo da Mulher-Maravilha fazia parte desse super plano. Em 2015, depois de 12 anos de idas e vindas, Patty finalmente conseguiu alcançar seu antigo objetivo. Com a saída de Michelle MacLaren, que alegou divergências criativas com o estúdio, Jenkins agarrou a oportunidade e não largou.
Nesse momento, o filme solo da Mulher-Maravilha já é um sucesso de crítica e tem tudo para arrebentar nas bilheterias. Além de representar uma importante virada para o malhado universo cinematográfico da DC Comics. É a prova definitiva de que não existe mais nenhuma justificativa para a ausência de diretoras em projetos grandiosos. E que toda a jornada de encontros e desencontros entre Patty e Diana possa representar uma mudança significativa nas entranhas da cultura pop.