Quase dez anos se passaram desde que James Gunn trouxe uma das subfranquias de maior sucesso da Marvel Studios: Guardiões da Galáxia. O ano era 2014 e, mesmo dentro do seu ponto de origem, os quadrinhos, o grupo de personagens não gozava de tanto prestígio assim entre os leitores. O que chegou ao cinema, então, reproduziria um efeito semelhante e intencional ao ocorrido com o Homem de Ferro, outro completo coadjuvante das páginas da Marvel Comics a galgar o completo estrelato com o público em geral.
No entanto, ao invés de centralizar o entretenimento em uma figura principal, o dever de James Gunn era contar uma aventura protagonizada por um bando de desajustados, ou a escória do universo em termos super-heroicos. E deu muito certo.
O retorno nas bilheterias, apesar de não ter atingido o desejado bilhão da indústria, foi bastante razoável, com um montante de US$ 773 milhões mundialmente para um orçamento estimado em US$ 170 milhões.
Mas o grande lance para o estúdio foi ter emplacado um produto semelhante a Star Wars no quesito não apenas da ópera espacial, mas também nos produtos licenciados. Cadernos, mochilas, copos, camisetas e um milhão de outros itens com Groot, Peter Quill, Rocket, Drax, Gamora e cia passaram a dividir espaço com as grandes marcas da cultura pop. A Disney, dona de toda essa ruma de licenças, agradeceu com um sorriso de orelha a orelha.
Mas afinal, vale à pena rever Guardiões da Galáxia de 2014?
Lucros à parte, o resultado dessa aposta ainda hoje rende uma boa sessão, pois visualmente o longa continua muito bonito. O carisma de cada um dos personagens principais é altíssimo, e a tal da fórmula Marvel com piadas de qualidade + vilão descartável funciona muito por um lado, não atrapalha por outro e até quebra expectativas com a cena da dança no final, simbolizando a celebração oitentista que o longa promove – seja nas referências ou na trilha sonora com músicas da época.
Algo que pode irritar, então, é o pé que o longa teima em manter no MCU, ou seja, à grande narrativa que a Marvel estava desenvolvendo para culminar no que viria a ser Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato. Só isso para explicar a presença de Thanos (Josh Brolin) ao longo do filme, tirando o peso do vilão principal, mas, por outro lado, dando um contexto mais elaborado para as irmãs Gamora e Nabulosa. Àquela altura, porém, a presença do Titã Louco pareceu um tanto gratuita, mas essa interpretação foi se moldando conforme a Marvel lançava seus filmes.
Mas essa é só a minha opinião. Você pode rever Guardiões da Galáxia na Disney+ caso queira se manter antenado para o Vol. 3, que chega no mês de abril aos cinemas.