Alvo da Máfia (Bang, 2025) - Crítica do filme de ação da netflix Alvo da Máfia (Bang, 2025) - Crítica do filme de ação da netflix

Alvo da Máfia (Bang, 2025) | Crítica do Filme | Netflix

Alvo da Máfia marca o retorno de Wych Kaosayananda ao longa-metragem após cinco anos longe da direção, desde One Night in Bangkok (2020). O cineasta, que ficou conhecido entre os fãs de ação pelos projetos conturbados e por produções que demoraram a sair do papel, volta à cena com um título que explora o estilo direto-para-vídeo, agora impulsionado pela chegada à Netflix. Estrelado por Jack Kesy, da série Task, o filme aposta em ritmo acelerado, violência estilizada e um humor que abraça o absurdo como ferramenta narrativa.

A trama de Bang

A trama acompanha William Bang, assassino de aluguel que volta ao convívio da máfia italiana logo após sair da prisão. Interpretado por Kesy, o personagem tenta se reintegrar à organização liderada por um excêntrico chefão vivido por Peter Weller. No entanto, Bang rapidamente se torna alvo de um acerto de contas e sobrevive por pouco a um ataque orquestrado por um antigo associado. A recuperação envolve um transplante de coração improvável, dando início à virada moral que move o restante da história.

Com esse novo coração, Bang passa a reconsiderar sua profissão e tenta romper com o ciclo de violência. Incapaz de abandonar a máfia sem se tornar um problema, ele cria um plano inusitado: forjar a própria eficiência como assassino ao convencer seus alvos a simularem as próprias mortes. A estratégia envolve sangue de galinha, fotos montadas e até a transferência dessas pessoas para uma área isolada, transformada em uma pequena comunidade clandestina. Esse dispositivo narrativo estabelece o tom do filme, que não hesita em flertar com o absurdo para manter o público envolvido.

Kaosayananda investe na estética dos filmes de ação dos anos 1990, com explosões frequentes, dublês lançados ao ar e cenas de violência gráfica. Os últimos 25 minutos entregam a ação contínua que muitos fãs procuram, com destaque para a eficiência do diretor ao construir sequências rápidas e práticas dentro das limitações de produção. Por outro lado, algumas escolhas de filmagem prejudicam o impacto das cenas de luta, incluindo enquadramentos que ocultam golpes importantes envolvendo Kane Kosugi, presença sempre valorizada pelos fãs do gênero.

O longa também se apoia em um humor autorreferencial, explorando o comportamento errático de Bang e a dinâmica desconfortável com a personagem de Tristin Mays, que interpreta uma camgirl envolvida demais com o protagonista. Essas situações reforçam o tom caricato da narrativa e ajudam a construir o universo exagerado que sustenta o filme.

Crítica: vale à pena assistir Alvo da Máfia na Netflix?

Alvo da Máfia não busca reinventar o cinema de ação. Em vez disso, entrega um produto direto, consciente de suas limitações e interessado em divertir quem aprecia esse tipo de produção. Com Kaosayananda assumindo também a fotografia, o filme se apresenta como uma experiência rápida, explosiva e alinhada ao que o público da Netflix costuma consumir no segmento.