A primeira temporada de Alien: Earth chegou ao fim com o episódio 8, intitulado “The Real Monsters” (assista no Disney+). A produção da FX, criada por Noah Hawley, concluiu sua estreia expandindo o universo da franquia Alien e deixando diversas pontas abertas para uma possível continuação. O capítulo final reforça o tema central da série: a linha tênue entre a humanidade e a monstruosidade. Confira a nossa crítica, recapitulação e final explicado.
Recapitulação do episódio 8 de Alien: Earth
O episódio abre com a tensão na Ilha Prodigy em escalada. O xenomorfo segue eliminando os seguranças de Boy Kavalier, enquanto outras ameaças alienígenas permanecem contidas — por pouco tempo. Em paralelo, Wendy e os Garotos Perdidos, mantidos em celas, começam a planejar sua tomada de poder. Ao refletir sobre a impossibilidade de continuarem crianças ou se tornarem adultos livres, Wendy encontra a brecha para virar o jogo.
Com a ajuda de Smee, ela manipula sistemas de segurança e libera seus aliados, atraindo o xenomorfo para o complexo. Nesse momento, a série mergulha em confrontos intensos: Morrow enfrenta Kirsh em um embate físico devastador, Dame Sylvia continua dividida entre a ciência e seus vínculos emocionais, e Boy Kavalier exibe cada vez mais sua arrogância diante do colapso de sua criação.
Wendy, porém, assume o protagonismo ao manipular os xenomorfos através da linguagem de cliques que aprendeu. Os soldados de Kavalier são massacrados, enquanto os Garotos Perdidos conquistam a ilha pouco a pouco. O vilão ainda tenta usar Atom Eins e a criatura ocular como armas, mas Wendy mostra que não está disposta a perder o controle. O monstro ocular, no entanto, encontra um novo hospedeiro no cadáver de Arthur, criando uma nova ameaça para o futuro.
A queda de Boy Kavalier
Um dos momentos mais aguardados da temporada era o destino de Boy Kavalier. Apesar de não ser eliminado, sua autoridade desmorona diante dos filhos híbridos que criou. Wendy deixa claro que ele não é Peter Pan, como gostava de se enxergar, mas apenas um homem que usou a ciência para manipular e subjugar crianças. Sua sobrevivência indica que continuará a desempenhar um papel importante caso a série avance para uma segunda temporada.
Wendy no comando da ilha (e da série)
O episódio confirma Wendy como a figura central da narrativa. Ao declarar “Agora nós mandamos”, ela assume não apenas a liderança dos Garotos Perdidos, mas também o controle simbólico da ilha. Ainda assim, sua afirmação carrega ironia: apesar do poder conquistado, novas ameaças surgem no horizonte. Além do monstro ocular reanimando Arthur, a chegada de naves de guerra da Yutani indica que o conflito apenas começou.
Final explicado de Alien: Earth — episódio 8 | Crítica
O encerramento de “The Real Monsters” funciona como um ponto de virada para toda a série. Ao prender Boy Kavalier, Dame Sylvia, Kirsh, Morrow e Atom Eins, Wendy inverte a hierarquia de poder estabelecida desde o início. Os Garotos Perdidos, antes usados como peças de laboratório, se tornam líderes de uma nova ordem.
No entanto, o título do episódio revela a principal reflexão da temporada: quem são os verdadeiros monstros? Se os xenomorfos representam a ameaça biológica, os experimentos de Kavalier mostram que a humanidade também é capaz de criar horrores em nome do controle. Ao final, Wendy assume a posição de comandante, mas sua aproximação com os alienígenas e sua crescente autopercepção de divindade sugerem que ela própria pode se tornar uma nova forma de monstro.
Com a chegada iminente das forças de Yutani e múltiplas criaturas soltas, a série deixa um terreno fértil para a segunda temporada. Alien: Earth encerra sua estreia ampliando o escopo da franquia e reforçando a ideia de que, no universo de Alien, o maior inimigo pode não ser a criatura alienígena, mas sim a própria ambição humana.