A terceira temporada de Alice in Borderland chegou à Netflix trazendo de volta o universo de jogos mortais e reflexões existenciais que marcaram a adaptação do mangá de Haro Aso. Com direção de Shinsuke Sato e o retorno dos protagonistas Kento Yamazaki (Arisu) e Tao Tsuchiya (Usagi), os seis novos episódios exploram tanto a vida fora da Borderland quanto o inevitável retorno dos personagens a esse espaço misterioso, onde a sobrevivência é novamente colocada à prova. Leia a nossa crítica:
A trama da 3ª Temporada de Alice in Borderland
A história começa alguns anos após os eventos da segunda temporada, quando Arisu e Usagi despertaram do coma causado pela queda de um meteorito em Shibuya. Agora casados, eles vivem na Tóquio real, aparentemente distantes das lembranças do mundo alternativo onde lutaram para sobreviver. No entanto, Usagi passa a ter pesadelos recorrentes envolvendo seu pai, enquanto Arisu vê sua rotina mudar completamente após o desaparecimento da esposa.
A investigação leva Arisu até o Seaside Paradise, local que remete à Praia, cenário já conhecido pelos fãs da série. O mistério em torno da memória fragmentada dos sobreviventes e o reaparecimento de símbolos ligados aos jogos fazem com que a narrativa transite entre a vida real e a Borderland, mantendo a tensão que sustenta a série desde o início.
O retorno aos jogos e a carta Coringa
Um dos grandes atrativos da terceira temporada é a introdução da carta Coringa, elemento que já havia sido sugerido no final do segundo ano. Essa novidade serve como ponto de partida para novos desafios e amplia as possibilidades do universo criado por Haro Aso.
Entre os jogos apresentados, um dos destaques é o das flechas flamejantes, retirado diretamente do mangá original e finalmente adaptado para a tela. As provas seguem o padrão da série: violentas, imprevisíveis e repletas de estratégias que testam tanto a inteligência quanto a resistência física dos participantes.
Arisu e Usagi em uma nova dinâmica
A relação entre Arisu e Usagi ganha camadas interessantes nesta temporada. Fora da Borderland, eles vivem como um casal comum, mas ao retornarem ao mundo dos jogos, retomam suas funções complementares: ele como estrategista, ela como força de ação. Essa dinâmica continua sendo um dos pontos mais sólidos da série, mas agora ganha novas motivações, já que ambos foram marcados pela experiência de quase morte e pela sensação de que algo maior está em jogo.

Filosofia e reflexões sobre a Borderland
A temporada também se aprofunda em questões filosóficas. Após as revelações da segunda temporada, fica claro que a Borderland funciona como um espaço liminar entre a vida e a morte. Essa abordagem transforma os jogos em mais do que desafios de sobrevivência: eles se tornam metáforas para a luta interna dos personagens diante da mortalidade e do sentido da existência.
O novo personagem Ryuji Matsuyama (Kento Kaku), um pesquisador que investiga experiências de quase morte, ajuda a conduzir essas reflexões. Envolvido por uma tragédia pessoal, ele busca compreender o papel da Borderland, ao mesmo tempo em que se torna peça-chave em alguns dos novos jogos.
Ritmo irregular e construção narrativa
Embora a terceira temporada traga novos elementos narrativos e visuais marcantes, há momentos em que o ritmo se mostra irregular. O episódio de estreia demora a inserir os personagens novamente no ambiente dos jogos, o que pode gerar certa ansiedade no público. Situação semelhante acontece no quinto episódio, em que a preparação para um dos maiores desafios da temporada alonga demais a narrativa.
Ainda assim, quando a ação se estabelece, a série recupera seu fôlego e entrega sequências de alta tensão, equilibrando bem violência, suspense e reflexão.
Crítica: vale a pena assistir à 3ª temporada de Alice in Borderland na Netflix?
A nova temporada de Alice in Borderland reafirma o potencial da série como um dos títulos mais intensos do catálogo da Netflix. Os novos jogos são desafiadores, a carta Coringa amplia o universo e o aprofundamento filosófico dá mais peso à trama.
Mesmo com oscilações de ritmo, os seis episódios oferecem ação, mistério e dilemas morais capazes de manter o público envolvido até o desfecho. Para quem já acompanhava a jornada de Arisu e Usagi, a terceira temporada é uma continuação que expande o universo e abre espaço para futuras histórias.