Toy Story conseguiu como poucas franquias fechar de forma magistral uma trilogia. Remexer nesses personagens parece algo arriscado
O anúncio de Toy Story 4, a ser lançado em 2019, causa estranheza até agora. Por que diabos continuar uma franquia que fechou sua trilogia com chave de ouro, destrinchando dignamente o arco dramático dos seus principais personagens como Woody, Buzz e Andy?
“Ah, mas é para vender brinquedos!” será o argumento de qualquer um. Mas a Disney não está tão desesperada assim, concordam? Seus números com a Marvel Studios estão cada vez maiores, suas animações próprias padrão Frozen (Moana deve repetir o sucesso no começo de 2017) também ultrapassam a barreira do bilhão e a própria Pixar vai muito bem, obrigado, seja com obras primas como Divertida Mente ou até mesmo com filmes mais ou menos como O Bom Dinossauro. Isso sem contar na nova fonte de renda aberta por Jon Favreau com Mógli: O Menino Lobo, que ganhará uma continuação, além de replicar a mesma ideia com o vindouro O Rei Leão live action.
Em recente entrevista à Entertainment Weekly, Pete Docter (um dos cabeças da Pixar e um dos roteiristas do filme) falou sobre as dificuldade do roteiro, além de confirmar que o estágio atual do roteiro é mesmo abordar o romance entre Woody e Bo Beep. Prezando (quase) sempre pela originalidade como a Pixar gosta, Pete ressaltou que “se sentirmos que tem algo parecido com Toy Story 2, a gente desiste”. Desiste mesmo? Parece conversa fiada, convenhamos: quando a decisão vem de cima, é preciso muito argumento para convencer os executivos do contrário. Alguém na Pixar pode até desistir, mas de uma forma ou outra a coisa sai.
Para nosso conforto, parece que o devido cuidado está sendo tomado com a produção de Toy Story 4. No roteiro há grandes nomes envolvidos como John Lasseter (diretor desse e dos dois primeiros), Andrew Stanton (Wall-E, Procurando Dory), Lee Unkrich (diretor do excelente Toy Story 3) e o já citado Pete Docter (Up, Divertida Mente e Monstros S. A.). Ou seja, são os “Vingadores” da Pixar cuidando do projeto.
Longe de nós querer questionar a Pixar (na verdade questionamos tudo). Uma produtora que tanto já ofereceu ao cinema, seja em revolução gráfica ou narrativa, sempre vai merecer nosso voto de confiança. Seus poucos erros (como Carros 2) estão aí apenas como ponto fora da curva mesmo.
Mas sobre as continuações, Os Incríveis 2 parece um produto mais viável.