Aileen A História de Uma Serial Killer (2025) -crítica, fatos e curiosidades do documentário da Netflx Aileen A História de Uma Serial Killer (2025) -crítica, fatos e curiosidades do documentário da Netflx

Aileen: A História de Uma Serial Killer (2025) | Crítica do Filme | Netflix

O novo documentário da Netflix, “Aileen: A História de Uma Serial Killer”, dirigido por Emily Turner, chegou à plataforma nesta quinta-feira, 30 de outubro de 2025, com o propósito de revisitar um dos casos mais controversos da história criminal dos Estados Unidos. Produzido pela BBC Studios Documentary Unit em parceria com a NBC News Studios, o longa tem 1h43 de duração e propõe uma análise detalhada do julgamento e das contradições que cercaram a trajetória de Aileen Wuornos, executada em 2002 após confessar o assassinato de sete homens entre 1989 e 1990. Confira a crítica do doc:

Aileen: A História de Uma Serial Killer

Um retrato além do estigma

A produção busca ir além das manchetes sensacionalistas que marcaram o caso, oferecendo um olhar aprofundado sobre quem foi Aileen Wuornos e o que a levou a cometer os crimes. Diferente de outras abordagens que a transformaram em figura quase mítica, Turner concentra o foco no tratamento dado a Aileen pelo sistema judicial e pela mídia, revelando um processo permeado por interesses políticos, moralismo e falta de amparo psicológico.

Com base em entrevistas inéditas concedidas por Wuornos no corredor da morte e no trabalho da jornalista Michele Gillen, ex-correspondente do Dateline, o documentário reconstrói o percurso de uma mulher que afirmava agir em legítima defesa contra clientes violentos. Gillen também entrevista figuras-chave do caso, como o promotor John Tanner, cuja postura religiosa e busca por reeleição lançam dúvidas sobre a imparcialidade do julgamento.

Julgamento, mídia e manipulação

Ao revisitar o julgamento, Aileen: A História de Uma Serial Killer revela como a prostituição e a orientação sexual da acusada foram usadas como ferramentas de descredibilização. O documentário demonstra que, mais do que um processo legal, o caso se transformou em um espetáculo midiático que alimentou o estigma de Wuornos como “a primeira assassina em série dos Estados Unidos”.

Turner questiona o papel da imprensa e da Justiça, evidenciando como o tratamento dado a Aileen difere daquele reservado a outros assassinos em série homens. O resultado é uma reflexão sobre gênero, marginalização e punição em um sistema que parecia já ter decidido seu destino antes mesmo da sentença.

Aileen A História de Uma Serial Killer (2025) -crítica, fatos e curiosidades do documentário da Netflx

Crítica: Aileen: A História de Uma Serial Killer é um bom documentário na Netflix?

Sem buscar absolvição ou glamourização, o documentário de Emily Turner propõe um retrato completo da vida e da morte de Aileen Wuornos. Ao equilibrar depoimentos, arquivos de tribunal e material jornalístico, “Aileen: A História de Uma Serial Killer” se destaca por colocar o espectador diante de uma questão ética: até que ponto a Justiça norte-americana julgou uma criminosa — e até que ponto julgou uma mulher.

Disponível na Netflix, o documentário revisita a história com profundidade e contexto, convidando o público a refletir sobre o impacto da mídia, do trauma e da desigualdade social na construção de um dos casos mais marcantes do verdadeiro crime.