Após longo tempo de espera finalmente foi divulgado as primeiras impressões de Assassin’s Creed. Quando se trata de filmes inspirados em games, é natural a desconfiança imperar na mente dos nerds mais experientes e decepcionados com diversos desastres produzidos ao longo dos anos. Mas dessa vez parece que as coisas serão diferentes. A Ubisoft está acompanhando de perto a produção, de olhos bem atentos para que não maculem sua cria. Você já viu o trailer, certo? Então veja novamente e retomamos:
A lição de casa está sendo feita de forma certeira, seja na direção, ambientação, casting, fidelidade e também no conceito moderno de universo compartilhado. O diretor Justin Kurzel não possui um vasto currículo, mas aparentemente sabe fazer o que se espera, principalmente se levarmos em conta seu trabalho em Macbeth: Ambição e Guerra (2015). Se houve algum elogio para essa versão da tragédia de William Shakespeare, foi no aspecto visual. Muitas cores e violência nas batalhas que parecem se adequar perfeitamente na estética de Assassin’s Creed.
Pelo trailer também percebemos a ambientação. No passado, temos o século XV com a Inquisição Espanhola onde algumas adaptações na história real irá mostrar o embate entre Assassinos e Templários através dos olhos de Aguilar de Nehra, ancestral do também protagonista Callum Lynch. Que no presente passa pelo perrengue de ser sequestrado pela Abstergo (templários modernos). Essa transição de eras será essencial (caso bem feita) para enriquecer a história do filme. O mesmo ocorre com Desmond nos games, personagem odiado porém necessário para mantermos algo parecido com “um pé na realidade”.
Michael Fassbander, eis um nome bem relacionado na indústria do cinema. Em quantos grandes projetos (e grandes personagens) ele já não participou? No posto de um dos melhores da sua geração, o alemão tem qualidade o suficiente par
a entregar um protagonista profundo e carismático. Para quem só o conhece na pele de Magneto nos novos filmes X-Men, pode conferir também Shame (2012), 12 Anos de Escravidão (2013) e Um Método Perigoso (2012). Junto com ele estão Jeremy Irons (Batman Vs Superman – A Origem da Justiça) e Marion Cotillard (Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge).
Talvez seja na fidelidade ao material original a melhor sacada da Ubisoft. Ao nomear um protagonista totalmente novo (dando o primeiro passo para um universo compartilhado tanto no cinema quanto nos consoles/PC) a produtora se esquivou primorosamente de questões perigosas, como escolher o ator mais parecido possível com grandes personagens como Ezio, Altair ou até Desmond etc. Ao mesmo tempo, mantém-se fiel à essência do que é Assassin’s Creed: Parkour, combate quase realista, momentos históricos recontados, assassinos contra templários etc. Uma mudança curiosa fica por conta da Animus (máquina que possibilita resgatar as memórias dos antepassados), que funcionará de uma forma tridimensional onde o usuário emula fisicamente todas as habilidades. Nos games, trata-se apenas de um assento onde o usuário se conecta à la Matrix. De resto, parece que teremos tudo como gostaríamos, a irmandade, o salto de fé…
Claro que um roteiro mal escrito ou até mesmo mal utilizado pode levar tudo ou boa parte desses aspectos legais à ruína, mas ainda é cedo para atribuir algum valor em relação a isso. A principio, a impressão é de que Assassin’s Creed vai mandar bem.
Achou algum defeito no trailer? Nós achamos: A música, fora do clima.
Assassin’s Creed chega em dezembro de 2016 nos cinemas.