A Vingança de Popeye (2025) - Crítica e fatos do filme de terror A Vingança de Popeye (2025) - Crítica e fatos do filme de terror

A Vingança de Popeye (2025) | Crítica do Filme de Terror

A onda de terror de domínio público segue firme, e A Vingança de Popeye (Popeye’s Revenge), disponível no Prime Video, é o mais novo exemplar dessa tendência. Dirigido por William Stead e produzido pela ITN Studios — o mesmo estúdio por trás de Ursinho Pooh: Sangue e Mel —, o filme tenta transformar o marinheiro dos quadrinhos em um assassino sobrenatural. O resultado, no entanto, é uma mistura confusa de referências e uma execução que parece mais uma colagem de clichês do gênero do que uma homenagem ao personagem criado por E.C. Segar. Confira a crítica do terror:

A Vingança de Popeye

Um Popeye que virou lenda urbana

A trama começa com o nascimento de um garoto diferente, dono de antebraços enormes e força descomunal. Vítima de bullying na infância, ele reage violentamente, matando um colega de escola. Os pais o escondem no porão, mas uma multidão enfurecida incendeia a casa, forçando o menino a fugir. Acredita-se que ele tenha morrido afogado, mas anos depois seu espírito retorna para assombrar um grupo de jovens que visita a antiga residência — agora reconstruída — com planos de transformá-la em uma atração de Halloween.

O que poderia ser uma sátira criativa ao universo de Popeye transforma-se em um slasher previsível, com mortes desconexas e explicações vagas sobre o poder sobrenatural do personagem. A ausência de uma motivação clara ou de uma conexão real com o material original faz o enredo parecer genérico e derivado.

Um Frankenstein de ideias recicladas

A Vingança de Popeye junta pedaços de Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e A Névoa, mas sem a coesão ou o estilo dos clássicos. O protagonista é um amálgama de Jason Voorhees e Freddy Krueger, um assassino que surge entre névoas e elimina vítimas aleatórias. A diferença é que, aqui, o tema do espinafre — marca registrada de Popeye — aparece apenas como um detalhe cômico e sem função narrativa.

O filme até brinca com o elemento: em uma cena, uma lata de espinafre é arremessada pela janela antes de um ataque, como se fosse uma granada. No entanto, nem isso é explorado de forma inventiva. O humor involuntário dessas passagens destaca o problema central do longa: a falta de propósito.

Uma produção de baixo custo que não abraça seu próprio absurdo

Filmes B podem se sustentar quando assumem sua simplicidade e exibem um certo carinho por suas falhas — como The Room ou Sharknado fizeram em seu tempo. Em A Vingança de Popeye, porém, o desleixo vence a irreverência. As mortes são mal coreografadas, os efeitos práticos parecem improvisados e o ritmo é lento mesmo com um elenco jovem pronto para o abate.

A Vingança de Popeye (2025) Popeye's Revenge

Há lampejos de esforço por parte do elenco, especialmente de Emily Mogilner e Kelly Rian Sanson, que interpretam as personagens principais. Ainda assim, a falta de direção consistente e de um roteiro coeso torna difícil qualquer tentativa de salvar o projeto.

Crítica de A Vingança de Popeye: vale à pena assistir?

O domínio público e o terror de oportunidade

Desde que Ursinho Pooh: Sangue e Mel abriu caminho para filmes baseados em personagens cujos direitos autorais expiraram, surgiu um subgênero de terror que explora figuras da cultura pop sem restrições legais. A Vingança de Popeye é parte desse movimento, mas demonstra os limites dessa tendência. Sem um olhar criativo ou respeito pelo material de origem, o filme ilustra por que a exploração de personagens clássicos nem sempre resulta em algo interessante.

Em última análise, A Vingança de Popeye é menos sobre o marinheiro comedor de espinafre e mais sobre o esgotamento de uma fórmula que tenta lucrar com a nostalgia. Um exemplo de como o domínio público pode ser tanto uma oportunidade quanto um campo minado criativo — especialmente quando o espinafre não é suficiente para manter o herói de pé até o fim.