O segundo episódio de A Vida dos Sonhos do Sr. Kim, k-drama disponível na Netflix, aprofunda as consequências do colapso emocional e moral de Kim Nak-su. Intitulado “Fogo Cruzado”, o capítulo mostra o executivo tentando conter os danos após a tentativa de suicídio de um colega, enquanto sua vida pessoal e profissional começa a se desintegrar sob o peso das próprias escolhas. Confira a nossa crítica e resumo do episódio 2 do k-drama:
Recapitulação do episódio 2 de A Vida dos Sonhos do Sr. Kim
O impacto da tragédia
O episódio se inicia com a notícia de que Heo Tae-hwan tentou tirar a própria vida. O funcionário, que vinha sendo pressionado e humilhado no ambiente de trabalho, inalou gás tóxico dentro do carro. O caso se espalha rapidamente entre os colegas da ACT, e Kim Nak-su sente o golpe — afinal, foi ele quem ignorou os pedidos de ajuda do amigo.
A partir daí, A Vida dos Sonhos do Sr. Kim retoma o passado, mostrando um flashback ambientado em 2001, quando Nak-su e Tae-hwan se conheceram durante o processo seletivo da empresa. Desde o início, Nak-su aparece competitivo e disposto a atropelar qualquer um para conquistar a vaga. Tae-hwan, por outro lado, demonstra empatia e humanidade — qualidades que seu futuro colega jamais valorizaria. O contraste entre os dois reforça a tragédia que viria mais tarde.
Conflitos familiares e novas oportunidades em A Vida dos Sonhos do Sr. Kim
Enquanto o pai lida com a culpa e tenta proteger sua imagem dentro da ACT, Su-gyeom enfrenta sua própria encruzilhada. Ele participa de uma entrevista para o programa de marketing estudantil da empresa — uma oportunidade incentivada por Nak-su, que deseja vê-lo seguir os mesmos passos corporativos. No entanto, o jovem demonstra incômodo com as comparações e deixa claro que não quer se tornar uma cópia do pai.
Logo depois, Su-gyeom reencontra Lee Han-na e Jeong-hwan, que o convidam para se juntar a uma nova startup. O empresário Jeong-hwan oferece a ele o cargo de CDO (Chief Destruction Officer), função voltada para inovação e ruptura de modelos tradicionais. Mesmo sendo aceito no programa da ACT, Su-gyeom considera recusar a vaga — um gesto simbólico que reflete seu desejo de romper com o legado do pai e buscar um caminho mais autêntico.
A pressão dentro da ACT
Enquanto isso, o clima dentro da ACT se torna cada vez mais tenso. O diretor Jeong-tae procura Nak-su para tratar do caso de Tae-hwan, preocupado com a repercussão negativa que o episódio pode causar. O executivo transfere a responsabilidade para Nak-su, exigindo que ele resolva a situação e evite que a imprensa descubra o que aconteceu.
Nak-su visita Tae-hwan no hospital, mas a conversa é amarga. Em vez de oferecer empatia, ele fala sobre si mesmo e tenta justificar suas ações. Tae-hwan, magoado, o confronta: diz que Nak-su só pensa em si mesmo e que o desejo por promoção o transformou em alguém incapaz de se importar com os outros.
O encontro serve como espelho do personagem principal — um homem que começa a perceber o vazio por trás da própria ambição, ainda que se recuse a mudar de imediato.
Ha-jin e o desejo de mudança
Fora do ambiente corporativo, Ha-jin, esposa de Nak-su, também inicia um processo de transformação. Impactada pela tragédia de Tae-hwan e cansada de viver à sombra do marido, ela decide buscar independência. A personagem passa a estudar sobre mercado imobiliário e se matricula em um curso para se tornar corretora.
Sua trajetória representa o contraponto do marido: enquanto Nak-su tenta escalar um sistema corrupto, Ha-jin busca uma nova forma de garantir segurança e propósito para a família. Essa dualidade reforça o tema central da série — o confronto entre status e significado real.
Um gestor em crise
Dentro da ACT, Nak-su começa a sentir o peso da instabilidade. O diretor Jeong-tae o chama para conversar e expõe a fragilidade de sua liderança. Embora tenha talento para vendas, Nak-su não sabe lidar com sua equipe e cria um ambiente de medo e hierarquia. A comparação com o colega Jin-woo — que lidera de forma mais colaborativa — deixa a diferença ainda mais evidente.
Durante a conversa, Jeong-tae menciona um funcionário chamado Ik-kyeon, que frequentemente falta ao trabalho. O detalhe desperta curiosidade: ele é mentor do próprio diretor em investimentos imobiliários, o que revela a teia de interesses e favores dentro da empresa. A crítica ao mundo corporativo se intensifica, mostrando como relações pessoais e privilégios moldam o jogo de poder.
O jantar desastroso
À noite, Nak-su tenta se reconectar com a família em um jantar que simboliza o colapso de suas relações pessoais. O encontro reúne Ha-jin e Su-gyeom, mas rapidamente se transforma em uma sequência de constrangimentos. Ha-jin anuncia que começou a estudar para se tornar corretora, e Nak-su reage com desprezo, afirmando que logo será promovido a diretor e que o sucesso financeiro é suficiente para todos.
Quando o filho menciona a oferta da startup, o pai debocha da ideia, chamando o cargo de “título fantasioso”. O clima pesa, e o jantar termina em silêncio.
Para completar, Nak-su percebe que cometeu um erro: reservou a mesa no restaurante errado. O lugar escolhido — Ssangyonggak — não é o mesmo que costuma frequentar com os executivos. Ao sair, Su-gyeom pede que o pai se desculpe com o dono pelo engano, mas ele se recusa. Pouco depois, descobre que o jovem garçom que o atendeu era o filho do proprietário, o que o faz sentir vergonha — ainda que tarde demais.
A queda iminente
Sem forças para enfrentar a família ou os colegas, Nak-su volta ao escritório e decide trabalhar durante a noite. Quando amanhece, um novo escândalo explode: a falha na rede Giga Internet, citada no episódio anterior, vem à tona após ser exposta por um influenciador conhecido como IT-BOY.
O problema — resultado direto da decisão apressada de Nak-su em aprovar o serviço — vira assunto nacional. O telefone da equipe não para de tocar, e as reclamações se acumulam. A ACT entra em crise, e o gerente é convocado para prestar contas à diretoria. O episódio termina com Nak-su à beira da ruína, sugerindo que o preço de sua ambição está prestes a ser cobrado.
Crítica do episódio 2 de A Vida dos Sonhos do Sr. Kim
O segundo capítulo de A Vida dos Sonhos do Sr. Kim reforça a dimensão trágica da jornada do protagonista. O episódio mostra um homem preso entre o medo de fracassar e a incapacidade de mudar, revelando como o sucesso corporativo pode destruir laços humanos e corroer a integridade moral.
A série continua a desenvolver seus temas centrais — ambição, status e redenção — com um olhar realista sobre o ambiente de trabalho contemporâneo. As cenas entre Nak-su e Tae-hwan trazem peso emocional, enquanto o conflito com Ha-jin e Su-gyeom adiciona camadas de tensão doméstica.
Com um roteiro que equilibra crítica social e drama familiar, A Vida dos Sonhos do Sr. Kim segue se consolidando como um dos k-dramas mais consistentes da Netflix neste início de temporada. O final de “Fogo Cruzado” indica que o protagonista está prestes a enfrentar seu maior desafio: reconhecer que perdeu tudo tentando ter tudo.