O terceiro episódio de A Última Fronteira, série policial do Apple TV+ estrelada por Jason Clarke, aprofunda as tensões entre os agentes da prisão e os criminosos que assumiram o controle da instalação. Intitulado “The Escape Plan”, o capítulo retoma os eventos após a rebelião que colocou Frank Nordhoff (Clarke) em uma posição precária, ao mesmo tempo em que revela novos conflitos internos e questiona até onde cada personagem está disposto a ir para sobreviver. Confira a nossa crítica, recapitulação e final explicado do episódio 3:
Recapitulação do Episódio 3 de A Última Fronteira
O episódio começa em meio às consequências imediatas da tomada da prisão. Frank tenta restabelecer algum tipo de controle e proteger os reféns, enquanto lida com a pressão crescente do lado de fora, onde o FBI e as autoridades locais buscam uma forma de negociar. A comunicação é limitada, e cada movimento errado pode resultar em mais mortes.
Entre os detentos, surge uma divisão clara: alguns desejam aproveitar o caos para escapar, enquanto outros reconhecem que a fuga pode ser impossível. Viktor (interpretado por Isac Esmaili), o líder improvável entre os presos, começa a arquitetar um plano mais arriscado, propondo usar os reféns como moeda de troca. Essa decisão o coloca em rota de colisão com outros detentos que preferem a violência imediata à estratégia.
Frank, por sua vez, tenta estabelecer contato com o exterior, enviando mensagens codificadas por meio das câmeras de segurança. Sua experiência como negociador e ex-agente do exército se torna essencial para manter a calma em meio à crise. Em um dos momentos mais tensos do episódio, ele é forçado a intermediar um conflito entre os presos e um dos guardas sobreviventes, cuja tentativa de retaliação quase põe tudo a perder.
Enquanto isso, o agente federal que coordena as operações do lado de fora, interpretado por Felicity Price, começa a perceber que há algo errado com a condução da investigação. Há indícios de que a rebelião não foi um ato isolado, mas parte de uma rede criminosa maior, com conexões políticas e financeiras. Essa descoberta introduz uma nova camada de mistério que deve se desenrolar ao longo da temporada.
O episódio também dedica tempo à história pessoal de Frank. Flashbacks mostram seu passado militar e um trauma não resolvido relacionado à perda de um companheiro de equipe. Essas memórias ajudam a contextualizar seu comportamento contido e sua resistência em recorrer à violência — uma característica que o diferencia dos demais personagens em meio ao caos.
A tensão aumenta no terceiro ato quando Viktor decide executar o plano de fuga. Ele convence parte dos detentos a usar o sistema de ventilação da prisão, mas Frank interfere ao descobrir que a rota leva diretamente para um setor bloqueado por gás tóxico. O confronto entre os dois é inevitável e culmina em uma luta física, que termina com Viktor sendo capturado. No entanto, o desfecho do episódio indica que outros prisioneiros continuam planejando escapar, mesmo sem o líder.
Crítica do episódio 3 de A Última Fronteira: dilemas morais e controle do caos
O episódio 3 de A Última Fronteira é construído sobre a ideia de que o controle é uma ilusão — tanto para os detentos quanto para as autoridades. Frank representa a tentativa de impor razão em um ambiente dominado pelo medo, enquanto Viktor encarna a anarquia e a ambição de liberdade a qualquer custo. Essa oposição dá ritmo à narrativa e mantém o suspense constante.
A direção de Craig Gillespie aposta em planos fechados e iluminação claustrofóbica para reforçar o confinamento físico e psicológico dos personagens. O uso recorrente de ruídos metálicos e alarmes reforça a sensação de urgência. Ao mesmo tempo, os diálogos revelam as contradições morais de cada um: Frank se vê obrigado a negociar com assassinos, e Viktor, mesmo como vilão, mostra traços de humanidade ao hesitar diante da violência extrema.
Outro ponto de destaque é o desenvolvimento dos coadjuvantes. O episódio dá mais espaço à personagem de Felicity Price, que passa de figura de apoio a peça fundamental na investigação. Sua suspeita de que há uma conspiração maior conecta o enredo da prisão a um contexto político mais amplo, sugerindo que o motim pode ter sido planejado externamente.
A série continua explorando temas clássicos do gênero policial, como corrupção institucional, trauma de guerra e limites da autoridade. No entanto, A Última Fronteira encontra diferencial na abordagem psicológica dos personagens — em especial, no modo como Frank enfrenta o peso de suas decisões em um ambiente onde não há escolhas corretas.
Final Explicado do Episódio 3
O desfecho do episódio 3 deixa a série em um ponto de virada. Após impedir a fuga e neutralizar Viktor, Frank percebe que a rebelião ainda não terminou. Um último plano é revelado quando as câmeras de segurança mostram um grupo de prisioneiros preparando uma explosão no setor de manutenção, o que pode abrir uma saída direta para o exterior.
Enquanto Frank tenta alertar as autoridades, a comunicação é cortada novamente, deixando-o isolado. Nos segundos finais, ele observa pelas telas um rosto conhecido entre os detentos — alguém que ele acreditava estar morto desde o motim inicial. A descoberta muda completamente sua percepção sobre quem realmente está por trás da rebelião.
Esse gancho prepara o terreno para o quarto episódio, que deve aprofundar as ligações entre os eventos da prisão e a rede de corrupção mencionada anteriormente. A Última Fronteira mantém o equilíbrio entre ação e drama psicológico, consolidando o conflito de Frank como o centro moral de uma narrativa cada vez mais tensa e imprevisível.