A Octomãe (I Was Octomom – The Natalie Suleman Story, 2025) é um filme original do canal Lifetime que dramatiza a trajetória de Natalie Suleman, mulher que entrou para a história em 2009 ao dar à luz óctuplos — os primeiros do mundo a sobreviverem ao nascimento. Dirigido por Brianne Nord-Stewart e roteirizado por Kelly Fullerton, o longa busca reconstruir os eventos reais sob a perspectiva da própria protagonista, que participa da produção como narradora e consultora executiva. Confira logo a seguir a nossa crítica do longa:
A história real por trás de A Octomãe
Em 2009, Natalie Suleman já era mãe solo de seis crianças quando, por meio de um novo tratamento de fertilização in vitro, deu à luz mais oito bebês. O caso teve repercussão imediata na imprensa, gerando debates públicos sobre ética médica, maternidade e responsabilidade financeira. Natalie passou a ser chamada de “Octomom” pela mídia, tornando-se alvo de julgamentos e manchetes constantes.
Temas explorados no filme I Was Octomom
A Octomãe aborda diretamente temas como fertilização assistida, exposição pública, saúde mental, monoparentalidade e estigmatização da mulher. A narrativa mostra como o caso se tornou um fenômeno midiático, ultrapassando os limites da privacidade. O roteiro enfatiza as consequências emocionais e práticas dessa visibilidade para Natalie e seus filhos.
O filme também discute o papel dos meios de comunicação e do público no processo de julgamento moral. Ao mostrar os bastidores da rotina familiar e as dificuldades enfrentadas por Natalie, a obra sugere uma reflexão sobre empatia, políticas públicas de apoio à maternidade e responsabilidade médica em procedimentos reprodutivos.
A escolha pela perspectiva de Natalie Suleman
Um dos elementos centrais da produção é o foco narrativo em primeira pessoa. A história é contada sob a ótica de Natalie Suleman, com participação direta da mulher que viveu os fatos. Essa escolha oferece um contraponto ao retrato sensacionalista construído ao longo dos anos. Com isso, o filme busca reposicionar a imagem pública de Natalie, explorando suas motivações, escolhas e consequências.
Kristen Lee Gutoskie interpreta Natalie com base em trechos de entrevistas, imagens de arquivo e orientação da própria Suleman. A atuação busca capturar nuances de uma figura que oscilou entre a notoriedade pública e o isolamento social. A atriz também conduz momentos de vulnerabilidade, exposição emocional e reconstrução pessoal. Já a direção de Brianne Nord-Stewart opta por uma abordagem direta, concentrando-se nas decisões médicas, nos impactos familiares e nas reações externas ao caso.
O que o filme Lifetime Movies propõe ao público
A Octomãe se propõe a oferecer uma visão mais ampla sobre um episódio amplamente explorado na cultura popular. Ao evitar julgamentos diretos, a obra convida o espectador a refletir sobre o tratamento dado a figuras públicas e sobre os limites entre vida privada e entretenimento.
O filme também traz à tona questões sobre direitos reprodutivos, ausência de regulamentação médica e pressões sociais em torno da maternidade. O enredo mostra como a fama pode ser construída a partir de uma narrativa incompleta, gerando consequências prolongadas na vida de uma família.
Complemento com a série documental Confessions of Octomom
Em paralelo ao filme, o Lifetime lançou a docussérie Confessions of Octomom, composta por seis episódios. A produção documental oferece depoimentos reais de Natalie Suleman, imagens inéditas e bastidores que não foram dramatizados na versão ficcional. A série amplia o contexto dos eventos, incluindo a perspectiva dos filhos e momentos posteriores à fase retratada no longa.
A Octomãe vale à pena assistir? É um bom filme do Lifetime?
A Octomãe propõe uma nova leitura sobre a história de Natalie Suleman, oferecendo uma dramatização baseada em seu relato pessoal. Com foco nos temas de julgamento público, ética médica e maternidade, o filme se apresenta como um convite à reflexão sobre como figuras reais são retratadas quando transformadas em símbolos culturais. A produção pode interessar a quem busca compreender os efeitos da superexposição midiática e os bastidores de decisões que impactam múltiplas vidas.