E inicia-se aqui mais um universo compartilhado nos cinemas. O “Dark universe”. Este que vai ser responsável por trazer criaturas e monstros para o mesmo teto. E o primeiro pontapé foi dado com “A Múmia“.
Nick (Tom Cruise) e Vail (Jake Johnson) são soldados americanos de caráter bem duvidosos e que gostam de vender relíquias no mercado negro. Enquanto caçavam mais um objeto de extremo valor, eles encontram uma antiga obra arquitetônica egípcia situada a quilômetros do Egito e com a ajuda de Dra.Jenny (Annabelle Wallace), eles vão descobrir o que é que está havendo por ali.
O longa é dirigido por Alex Kurtzman (roteirista de Star Trek) e roteirizado por David Koepp (Homem Aranha) em colaboração com Jenny Lumet, Jon Spaihts e com o próprio Kurtzman. Bom, há um certo perigo em passar tantas mãos em um roteiro e aqui, caímos na escuridão. (com o perdão do trocadilho).
Um dos grandes problemas do filme é que todo mundo parece estar sozinho, monólogos para ninguém, soluções que poderiam ser facilmente encontradas se certos personagens não fossem mal aproveitados e limitados a atuações mal dirigidas e a linhas de diálogos pavorosas. Como por exemplo: Há uma explicação para o vento feita por Henry Jekyll (Russel Crowe). Algo que seria muito melhor encaixado se a edição tivesse sido um pouco mais competente.
E os problemas não param por aí, como dito, na momento “senta que lá vem a história” citado acima, fica estabelecido algumas regras para que algo muito importante do filme aconteça, o objetivo principal do vilão do longa. Aos trancos e barrancos somos encaminhados para esse desfecho que leva duas horas para acontecer, e quando finalmente estamos lá, as regras são quebradas e a história parece não se respeitar, traída por ela mesma, o clímax gera confusão em vez de coesão com o que havia sido estabelecido.
O primeiro ato é interessante, tem um quê de aventura/fantasia que trás empolgação e faz o espectador sentar na ponta da cadeira, gera até um pensamento: “Parece que a história pode rumar para um lado meio ‘Indiana Jones’ quem sabe ter o tom de aventura mais dark“, o que não seria má ideia, afinal, nos inspiramos no que é bom, mas logo no começo do segundo ato tudo isso vai embora.
O filme não se acha, tem várias “piadotas” (quem estabeleceu que esses universos compartilhados precisa ter piadas o tempo inteiro??!!) que não funcionam, e se o filme não se acha, imagina os atores. Tom Cruise é realmente a melhor coisa que temos em “A Múmia“, mas não significa que ele esteja espetacular, horas parece estar se divertindo, outra hora parece querer não estar ali. E quando tudo parece ter achado seu caminho no terceiro ato, tudo vai por água abaixo com mais uma piadinha infame. E vale ressaltar que não há química alguma entre os atores, é tudo muito plástico.
Tom Cruise tem uma carga de filmes de ação em seu currículo, é legal ver como ele ficaria em um universo fantasy/adventure, mas as vezes isso te tira da imersão.
Personagens subaproveitados, como no caso de Jenny, que poderia ser a grande chave de toda a trama, costurar tudo, mas fica limitada a ter uma cara apática e a jargões pífios. Para não dizer que foi de todo ruim, ela começa bem, mas depois…Russel Crowe também entra nesse grupo, ele não faz absolutamente NADA. Um personagem dúbio e não de uma forma boa.
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Há uma ideia que pode ser aproveitada nos filmes que virão, existe uma divisão governamental que é responsável por caçar mistérios do mundo (Henry Jekyll e Jenny fazem parte dela), e se isso for bem explorado, pode gerar muita coisa boa.
E a Múmia em si é pouco inspirada, desde o seu design (os olhos, os olhos são bem legais!) ao que ela faz. Revivi mortos, grita, pula e etc. Não há um recurso de fotografia que enalteça a figura do vilão/monstro, não há um mistério sequer, ele ta lá escancarado, não há um ângulo de perspectiva diferente, nada, nada. É, o final chega até ser, “bem, há algo que pode sair daí…“
Há uns easter eggs bem legais.
“A Múmia” possui um bom argumento, mas sofre com um roteiro fraco, com personagens desinteressante e com uma direção que escolhe caminhos bem tortuosos. “Dark Universe” dá o seu primeiro passo de forma estranha e mal trabalhada. O que devemos esperar do futuro? Bom, eu quero que eles não tenham pressa e façam as coisas com coesão.