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A Lista Terminal

Recém-chegada ao Prime Video da Amazon, A Lista Terminal é mais uma daquelas séries militarescas (do tipo que se encontra bastante no serviço) que não oferece grandes novidades ao mundo dos thrillers de ação, mas não deixa de ser um bom programa a quem se presta a conferir. A estrela da vez é Chris Pratt (o Senhor das Estrelas de Guardiões da Galáxia), que leva toda sua influência tanto de networking quanto financeira para bancar o projeto.

Na trama, o fuzileiro naval James Reece (Pratt) sofre uma emboscada juntamente com o seu pelotão das Forças Especiais da Marinha (Navy SEALs) durante uma missão. O que parecia uma operação desastrosa acaba ganhando cada vez mais contornos macabros, o que se torna um risco para a vida de Reece e sua família.

Temas antigos, questões pertinentes

Discutir a saúde mental de quem serve as forças armadas é campo comum nos filmes e nas séries, e esse tipo de atração combina muito bem quando um jogo político e suspense governamental são inseridos como complemento. A Lista Terminal consegue dar uma boa dose de cada um desses elementos, por mais que a narrativa demore um pouco para ficar mais envolvente, uma vez que no começo todos os personagens parecem muito parecidos e uma identificação com caras brancos, barbudos e combatentes não é algo que chega num estalar de dedos. A história da série é uma adaptação da obra homônima de Jack Carr.

A princípio, não há um peso emocional que condiz com a perda sofrida por Reece. Talvez isso se explique pelo fato do seu treinamento tentar minimizar os traumas, com uma ajuda do experimento que causou toda a problemática contra o pelotão comandado por ele, mas, no final das contas, esse aspecto emocional acaba não convencendo muito, sendo necessário uma dose (mesmo que pequena) de suspensão de descrença por parte do espectador para o jogo seguir.

Dentre os destaques no elenco, vale mencionar a jornalista Katie (Constance Wu) que, salvo alguns lampejos de heroísmo e coincidências absurdas pelas quais ela passa (deixe o suspensor de descrença ligado), é uma figura bastante útil para o avanço da história. O irmão de James Reece, Ben Edwards (Taylor Kitsch), é outro personagem que vale à pena o espectador prestar atenção.

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Efeito “Rambo” em A Lista Terminal

Também não poderia deixar de ressaltar a contradição do roteiro, que exerce uma hipocrisia latente no final em prol da ação. Ao discutir os temas que discute, A Lista Terminal deveria ter um olhar mais sofisticado para as centenas de soldados, seguranças etc. que são assassinados por Reece na sua busca por vingança.

Ou os fãs de filmes de ação não se lembram do que foi a franquia Rambo nos cinemas? Tivemos um primeiro filme adaptando o livro First Blood, de David Morrell, onde o protagonista tinha seus traumas de guerra e a volta para seu país era pra lá de complicada: nenhuma morte, apenas um ótimo suspense que tinha equilíbrio elogiável entre drama e ação. Depois disso, em absolutamente todas as produções da franquia, o personagem vivido por Sylvester Stallone foi sinônimo de exército de uma homem só, promovendo as mais horrendas chacinas que poderíamos ter visto nos cinemas.

A Lista Terminal é como se tivéssemos toda a franquia Rambo numa mesma temporada, começando mais cautelosa, mas descambando para uma ação mais convencional  e ignorando sementes que o próprio roteiro plantou outrora.