A Netflix lançou recentemente a série colombiana A Hóspede (La Huésped, 2025), criada por Lina Uribe e Dario Vanegas, e dirigida por Klych López e Israel Sánchez. Com 20 episódios de aproximadamente 45 minutos, a produção tenta se firmar como um suspense psicológico em torno de segredos familiares, traições e obsessões, mas acaba esbarrando em uma narrativa alongada demais e pouco envolvente. Leia a nossa crítica:
A trama acompanha Silvia (Laura Londoño) e Lorenzo (Jason Day), um casal em crise cujo casamento é colocado à prova com a chegada repentina de Sonia (Carmen Villalobos), uma antiga conhecida que guarda segredos capazes de abalar a todos. O ponto de partida poderia render uma história de tensão crescente, mas ao longo dos episódios o roteiro se perde em desvios melodramáticos e situações repetitivas que minam qualquer impacto.
O maior problema de A Hóspede é justamente sua extensão. São quase 20 horas de uma narrativa que poderia ter sido contada em menos da metade do tempo. Muitas tramas paralelas são introduzidas sem desenvolvimento, personagens tomam decisões inexplicáveis e o suspense se dilui em repetições cansativas. O resultado é um enredo que parece querer ser mais complexo do que realmente é, mas que no fim soa raso e previsível.
Os personagens também não ajudam a manter o interesse. Silvia começa como alguém com quem o público poderia criar empatia, mas suas escolhas ao longo da série acabam frustrando. Lorenzo oscila entre marido protetor e figura duvidosa, sem consistência narrativa. Já Sonia, que deveria ser a peça-chave da tensão, é construída de forma exagerada, perdendo força dramática à medida que suas ações se tornam previsíveis.
Crítica: há algo de bom em A Hóspede que justifique a maratona da série na Netflix?
Apesar das falhas, a série não é um desperdício total. O elenco se esforça para dar vida a personagens muitas vezes mal escritos, e Carmen Villalobos entrega alguns momentos de intensidade que indicam o potencial que a história poderia ter explorado melhor. Laura Londoño também traz nuances à sua interpretação, tentando equilibrar fragilidade e firmeza em Silvia.
No entanto, boas atuações não compensam um roteiro esticado e pouco inspirado. Ao final, A Hóspede deixa a sensação de que poderia ter sido um suspense eficiente, mas se perde em excessos e escolhas equivocadas. Para quem busca um drama envolvente, a série pode ser uma maratona cansativa. Para os que têm curiosidade, vale conferir pelas interpretações, mas sem esperar grandes revelações ou uma história memorável. Talvez uma continuação melhore tudo?