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A Chamada: Liam Neeson e a repetição de tema

Em seu novo filme, Liam Neeson sofre o revés da vida: dessa vez, ele é quem recebe uma ligação ameaçadora, que promete explodir o carro em que ele e seus filhos estão a menos que faça exatamente o que seu sequestrador misterioso manda. Essa é toda a premissa A Chamada.

A Chamada é mais uma história genérica de ação com o maravilhoso Liam Neeson, em que ele é um pai que trabalha demais, dá pouca atenção à família – tudo em nome de ser o provedor -, tem um emprego em que ganha muito, mas que é bem… bom, aquele trabalho que parece ser decente, mas na verdade você tira dinheiro das pessoas, mentindo para elas etc. e tal.

O longa é uma passada de pano enorme no personagem, o empresário Matt (Neeson), que sendo negligente em várias partes das sua vida, subitamente é perdoado por todas as suas falhas quando se arrisca para salvar os filhos. Principalmente o filho mais velho Zack (Jack Champion), com quem não tem uma boa relação… aliás, relação alguma, mas de repente ele confia plenamente no pai e o defende com unhas e dentes. Um tanto quanto forçado, e teria sido bem melhor se tivessem feito os personagens conversarem mais entre si ao invés de focar exclusivamente na tensão entre o protagonista e o seu algoz.

A Chamada

Durante os dois primeiros atos de A Chamada, há uma tensão palpável e crescente, e com a ajuda de uma trilha sonora que foca nesse desconforto (até demais), e uma câmera que busca sempre os ângulos mais fechados, o filme até dá uma acertada nisso. Claro, a história é tão genérica e batida que já sabemos praticamente tudo o que vai acontecer, mas no terceiro ato ele simplesmente corre para que Matt possa ter ali um destaque heroico. Talvez por que o ator precisasse sair como o fodão, para se equiparar aos seus outros filmes, mantendo assim a sua marca registrada? Talvez.

De qualquer forma, é mais um filme meio insosso sobre masculinidade, perseguição e família, em que o patriarca precisa se reconectar com os seus por meio da violência, mostrando, naquela oportunidade única, que ele se importa sim, que ama sim, mas do jeitinho especial dele. Vale para uma distração estilo Sessão da Tarde.