O terceiro episódio de A Cadeira (The Chair Company), série original da HBO Max criada por Tim Robinson e Zach Kanin, segue expandindo o universo conspiratório e o humor desconfortável que tornaram os dois primeiros capítulos um sucesso entre os fãs. Dirigido por Andrew DeYoung e escrito por Gary Richardson, o episódio “@BrownDerbyHistoricVids Little Bit Of Hollywood? Okayyy.” mantém o ritmo caótico e aprofunda a paranoia de Ron Trosper, o protagonista interpretado por Robinson, que agora vê sua vida completamente dominada por ameaças, coincidências e pistas absurdas. Confira a crítica e o resumo do que rolou no episódio 3:
Recapitulação do Episódio 3 de A Cadeira
Um intruso no armário e um mistério revelado
O episódio começa exatamente onde o anterior terminou. Durante uma noite de jogos em família, Ron se aproxima do armário após receber uma mensagem ameaçadora e encontra um homem pequeno e quase careca escondido. O intruso o empurra e foge, sendo logo interceptado por Mike Santini (Joseph Tudisco), o ex-agressor que agora se tornou um aliado incômodo. Mike explica que o homem, chamado LJ, foi enviado para vigiar Ron, mas cometeu um erro grave: a mensagem “Sem saída” deveria ter sido enviada ao namorado de Mike, e não a Ron.
Em um diálogo caótico na garagem, Mike conta que seguiu investigando o caso do ataque por conta própria e descobriu uma nova camada de contratantes e intermediários, cada um pagando o outro para espionar Ron. A sequência mistura tensão e humor físico, destacando o elenco de coadjuvantes excêntricos que sustentam o tom surreal da série.
O medo doméstico e o declínio da sanidade
Na manhã seguinte, Ron tenta convencer sua esposa, Barb (Lake Bell), a instalar um sistema de segurança caro, temendo novas invasões. Inicialmente cética, ela cede após ouvir os cenários imaginativos do marido sobre possíveis ameaças à família. A cena reforça o contraste central da série: a tentativa de Ron de manter uma aparência de normalidade enquanto se afunda em paranoia e teorias improváveis.
Esse equilíbrio entre o absurdo e o cotidiano é o motor do episódio, mostrando como a obsessão de Ron o afasta da família e o aproxima cada vez mais de figuras questionáveis como Mike.
A reunião do shopping e a joaninha misteriosa
De volta ao trabalho, Ron participa de uma reunião sobre a construção de um novo shopping, um projeto que poderia representar estabilidade — se não fosse o colapso mental iminente do protagonista. No meio da conversa, uma joaninha pousa em seu celular, detalhe aparentemente insignificante que pode ou não representar mais uma peça no quebra-cabeça conspiratório.
Logo em seguida, sua chefe Brenda (Zuleyma Guevara) anuncia que a entrevista de Ron para um canal local será exibida. O vídeo repercute bem entre os colegas, mas a internet reage negativamente à sua fala de que o shopping “não terá ligação com a cultura futebolística de Canton, Ohio”. A crítica online, repetida ao longo do episódio, ironiza o comportamento das redes e os julgamentos instantâneos que amplificam qualquer deslize.

A festa dos erros e o constrangimento elevado na série A Cadeira
Enquanto tenta investigar o passado da misteriosa empresa Tecca, Ron é interrompido por Douglas (Jim Downey), colega de trabalho que o convida para uma festa nada convencional: a “festa dos erros”. Lá, os convidados recebem pulseiras coloridas de acordo com sua disposição para cometer deslizes. Ron, desconfortável, tenta recusar o convite, em uma das cenas mais embaraçosas do episódio.
Mais tarde, ao visitar o escritório da Tecca para conseguir documentos, Ron preenche o pedido em nome de Douglas — um pequeno ato de vingança passiva. A sequência se desenrola com tensão crescente até ser quebrada por uma piada inesperada: a atendente interrompe o atendimento alegando precisar ir para casa tomar banho por causa do “mau cheiro”. A quebra de expectativa é típica do humor de Robinson e Kanin, misturando nonsense e crítica social.
Nos arquivos obtidos, Ron encontra o nome de uma nova empresa — Red Ball Market Global (RBMG) —, mais uma vez evocando o símbolo recorrente das “bolas vermelhas” presentes desde o primeiro episódio.
Confissões no bar e o elo com a RBMG
Tentando contato com a RBMG, Ron passa horas preso a um atendimento automático com um jingle irritante, até decidir se encontrar novamente com Mike em um bar. Entre piadas de humor grotesco e confissões inesperadas, os dois estabelecem uma relação quase amistosa. Mike revela detalhes bizarros sobre seu casamento fracassado, enquanto Ron fala sobre o peso das expectativas paternas.
O momento é interrompido quando o alarme da casa de Ron dispara. Ao verificar as câmeras, ele descobre o filho bebendo cerveja escondido. A sequência seguinte traz um dos diálogos mais absurdos do episódio: o jovem tenta justificar o hábito dizendo que “quatro cervejas” o ajudam a compreender melhor o humor de duplas clássicas como Abbott & Costello.

A casa caótica e a senhora da pipoca
Mais tarde, Mike leva Ron até a casa de um homem que teria ligação com a Tecca. O local é um verdadeiro labirinto de sujeira e objetos acumulados. Lá, uma idosa aparece gritando “Pipoca!” enquanto segura um punhado do alimento. Mike tenta apaziguar a situação oferecendo batatas fritas, e Ron o corrige em desespero: “Ela não quer batatas fritas! Ela quer pipoca!”. A cena combina horror, comédia física e timing perfeito, consolidando o tom bizarro e imprevisível da série.
Enquanto fogem, eles pegam papéis e objetos do local, incluindo um teclado que toca músicas natalinas — outro motivo recorrente que parece conectar as pistas deixadas pelos episódios anteriores.
Reviravoltas no trabalho e uma nova aparição
De volta à rotina, Ron tenta esconder de Barb o que aconteceu, culpando o filho pelo caos doméstico. No escritório, circulam rumores de que Douglas arruinou a “festa dos erros”, rendendo uma série de piadas internas que ampliam o aspecto satírico do ambiente corporativo.
Durante uma reunião com o CEO Jeff Levjam (vivido por Lou Diamond Phillips, em participação especial), Ron defende apaixonadamente que o projeto do shopping deve permanecer livre de referências esportivas. Contudo, descobre que a decisão final já foi revertida enquanto ele estava ausente.
No meio da discussão, Ron vê o homem da casa invadindo a reunião e gritando por seus documentos. O intruso revela ter trabalhado na Tecca por apenas quatro dias, sendo instruído a montar cadeiras totalmente nu — mais um indício da natureza absurda da empresa. Ele reconhece o CFO da RBMG em uma foto apresentada por Ron, conectando as duas companhias em um possível esquema conjunto.
Um novo terror e um gancho final em A Cadeira
Ao chegar em casa, Ron é alertado por uma notificação do sistema de segurança. As câmeras mostram uma cadeira da Tecca posicionada no meio da sala e, logo depois, um homem com máscara de hóquei acenando para a lente. A imagem, que remete diretamente ao ícone de Sexta-Feira 13, encerra o episódio com um novo e perturbador gancho.

Crítica de A Cadeira (The Chair Company) – Episódio 3
A teia se expande
O episódio 3 de A Cadeira reafirma o talento de Tim Robinson em explorar o desconforto como forma de comédia. A conspiração envolvendo a Tecca, a RBMG e as misteriosas bolas vermelhas se torna cada vez mais intrincada, misturando humor físico, crítica à burocracia corporativa e momentos de puro caos.
Embora o ritmo seja um pouco mais contido do que nos episódios anteriores, o terceiro capítulo mantém o domínio narrativo e o equilíbrio entre o absurdo e a tensão. Cada novo detalhe — uma joaninha, uma canção natalina, uma cadeira solitária — parece carregar uma pista sobre algo maior, mantendo o público tão paranoico quanto o protagonista.
Os três primeiros episódios de A Cadeira estão disponíveis na HBO Max, e novos capítulos chegam sempre às segundas-feiras no Brasil, prometendo ampliar ainda mais essa comédia conspiratória que combina risos, mistério e loucura em doses iguais. Assista aqui.