O segundo episódio de A Cadeira (The Chair Company), da HBO Max, mantém o tom absurdo e inquietante da estreia e amplia o universo conspiratório em torno de Ron, interpretado por Tim Robinson. Escrito pelo próprio Robinson em parceria com Zach Kanin, o capítulo “Sangue novo. Agora tem 5 Rons” combina humor desconfortável, mistério crescente e uma série de situações que desafiam qualquer senso de normalidade. Confira a nossa crítica e recapitulação do episódio 2.
Recapitulação do Episódio 2 de A Cadeira (The Chair Company)
Abertura em ritmo de paranoia
O episódio começa com Ron ainda abalado pelos acontecimentos do final do primeiro capítulo. Ele corre pelas ruas, tentando se livrar da sensação de estar sendo seguido, quando recebe uma ligação desesperada de sua esposa Barb (Lake Bell), pedindo que volte para casa imediatamente. O pânico se dissipa ao descobrir que a urgência vem, na verdade, de sua filha Natalie (Sophia Lillis), que tenta convencer os pais de seu noivo a realizar o casamento em um “celeiro mal-assombrado”. A sequência introduz o humor doméstico que equilibra o caos crescente na vida do protagonista.
O mistério da camisa e o início da investigação
De volta ao trabalho, Ron deveria se preparar para uma entrevista de TV, mas decide seguir uma pista sobre a camisa arrancada de seu agressor. Ao rastrear a etiqueta da peça, ele descobre que ela veio de um outlet específico e resolve investigar o local antes da entrevista. Sua chefe, Brenda (Zuleyma Guevara), preocupada com seu comportamento errático, obriga-o a levar a assistente Jamie (Glo Tavarez) junto.
A tentativa de Ron de despistar Jamie transforma a estrada em uma sequência de ação cômica: ele acelera, corta o trânsito e a deixa para trás, enquanto ela entra em colapso emocional dentro do carro. Essa cena exemplifica o estilo de humor físico e desconfortável que define The Chair Company — o tipo de comédia que provoca o riso e o constrangimento ao mesmo tempo.
A loja, o vendedor excêntrico e a piada perfeita
O roteiro mergulha ainda mais no absurdo quando Ron chega à loja onde a camisa foi comprada. O vendedor, interpretado com maneirismos exagerados, examina o tecido como se fosse um artefato misterioso e afirma que o dono fazia parte de um “clube exclusivo de membros”. Ele convence Ron a assinar uma assinatura, apenas para depois admitir que estava tentando empurrar um plano de fidelidade qualquer. Essa estrutura — uma promessa de revelação seguida por uma piada que desmonta a tensão — é uma marca registrada de Robinson e Kanin.
Entrevista, e-mails e uma maré de constrangimento
Ron chega atrasado à entrevista televisiva, com Jamie ainda em prantos por ter sido deixada para trás. Apesar do caos, ele consegue concluir a participação. No entanto, logo é bombardeado por e-mails promocionais da loja, um detalhe que se transforma em piada recorrente ao longo do episódio.
O humor se mistura com o desconforto quando Ron é chamado ao RH após um incidente no escritório: uma cadeira quebrou e ele acidentalmente viu a saia de uma colega. A reunião, que deveria ser protocolar, se transforma em um discurso confuso sobre o ensino médio, deixando Ron ainda mais suspeito. A cena culmina com ele sendo obrigado a assistir a um vídeo corporativo sobre assédio, reforçando o clima de humor constrangedor que permeia a série.
O retorno do agressor
Enquanto deixa o prédio, Ron encontra uma caixa de comida e uma lata de refrigerante que parecem pertencer ao homem que o atacou. Ele segue a pista até um restaurante barulhento, onde uma briga se instala. O segurança que tenta conter o tumulto é o próprio agressor (Joseph Tudisco). O confronto revela que ele se chama Mike Santini e que foi contratado para atacar Ron.
Mike, arrependido, oferece ajuda para descobrir quem está por trás do ataque. Ele dá a Ron um telefone descartável e promete entrar em contato. Durante o trajeto, um programa de rádio repleto de gritos e palavrões serve como pano de fundo — outro detalhe cômico que sublinha o caos constante da narrativa.
Preparativos de casamento e novas ameaças
No dia seguinte, Jamie, traumatizada, conta a Ron que se juntou a uma igreja após o incidente na estrada. Enquanto ela tenta convencê-lo a participar, ele recebe uma ligação de Mike marcando um encontro com o suposto mandante do ataque. No local combinado, Mike entrega uma arma a Ron e diz que é a oportunidade de “acabar com tudo”. Ron se recusa e foge, voltando para casa a tempo de participar de uma conversa com o pai do noivo de sua filha, que acaba aceitando realizar o casamento no celeiro mal-assombrado.
Um final de suspense
O episódio termina com Ron recebendo uma mensagem de um número desconhecido: “Sem saída”. A foto anexada mostra ele exatamente na posição em que está. Assustado, ele percebe que a imagem foi tirada de dentro de sua casa. Ron caminha lentamente até o armário e, antes que algo seja revelado, a tela escurece.
Piadas recorrentes e conspirações
Além da trama principal, o episódio de A Cadeira retoma elementos do capítulo anterior — como a misteriosa bola vermelha observada no escritório abandonado. A mesma cor reaparece quando o vendedor da loja demonstra a elasticidade da camisa com uma bola idêntica, sugerindo que os eventos podem estar conectados. Há ainda a estranha coincidência entre o programa de rádio ouvido por Mike e os materiais obscenos encontrados no prédio da Tecca. Esses detalhes reforçam a sensação de que há algo maior por trás da comédia.
Crítica do Episódio 2 – A Cadeira
Humor, paranoia e construção de mistério
O episódio 2 de A Cadeira reforça o domínio de Tim Robinson e Zach Kanin sobre uma comédia que mistura paranoia, corporativismo e absurdo. A série transforma o cotidiano de um homem comum em um pesadelo cômico, cheio de coincidências, burocracia e ameaças inexplicáveis. Cada nova pista aumenta o enigma, e cada piada parece esconder uma verdade mais sombria.