Sem entrar no velho complexo de vira-lata ou na pagação de pau que temos para com os americanos, a verdade é que crescemos acreditando que os EUA mandam e que estão certos sobre tudo. Sempre. Mas colocando a cachola pra funcionar sabemos que não é bem assim. E se você insiste em ainda acreditar nisso, The Brink é a série pra abrir seus olhos.
A trama da série começa no Paquistão quando ocorre um golpe político (olha a arte imitando a vida) e o presidente eleito é retirado do poder pelo louco candidato derrotado. O cara tem uma pegada bem insana, chegando a acreditar que os drones americanos liberam substâncias que tornam os soldados paquistaneses, digamos, mais femininos. A partir daí os EUA entram na história. E não é bem para salvar o dia. Até que é, mas não do jeito que insistem em nos contar.
E quem são nosso salvadores? Os inigualáveis Tim Robbins e Jack Black, cada um mais sínico e pirado que o outro. Tim vive Walter Larson, um secretário de estado bebum e fanfarrão. Com uma leve fantasia de sempre fingir que foi assassinado enquanto faz sexo. E olha, não duvido nada que a maioria dos políticos americanos sejam assim. Ou vai dizer que você ainda acha que só os brasileiros não prestam? Bobinho.
Mas mesmo sendo visivelmente escroto, ele é a única razão pela a qual uma guerra nuclear ainda não começou. Sim, porque todos seus companheiros de política, generais do exército e até mesmo o presidente são idiotas. Como arma secreta ele tem Alex Talbot (Black). Talbot é tão ou ainda mais pirado que Larson. E só entrou nessa confusão porque estava indo comprar maconha pra curtir com umas prostituas e estagiárias da embaixada. Afinal não existe muito a se fazer quando se é um funcionário de baixo escalão em um país na beira do caos.
The Brink acerta em brincar (você viu essa chegando que eu sei…) com figuras tão sérias e até certo ponto “intocáveis”. Em tempos onde muitos acham que entendem de política por assistirem House of Cards, a nova série da HBO mostra que existe muita merda na cabeça de quem comanda a maior potência mundial. É tudo zuado, repleto de humor negro e esteriótipos. Mas é impossível não parar e pensar até que ponto ficção e realidade se distinguem. Repito, acredito que uns 80% do que é mostrado é real 😉
Claro que as melhores piadas partem de Tim e Jack, mas é possível rir com os outros personagens. O núcleo do aeronáutica é divertido de uma maneira que nem Top Gun consegue ser. Claro que alguns esteriótipos são forçados, mas não chegam a beirar tanto o ridículo quanto uma certa Entrevista de James Franco e Seth Rogen.
A primeira temporada tem 10 episódios com cerca de 30 minutos de duração. É excelente pra encerrar o domingo dando uma boa gargalhada com uma brincadeira bem séria.
OBS: Caso não tenha se tocado ainda, domingo continua sendo o grande dia da HBO. Então se aceita uma sugestão, faça a maratona True Detective 2ª temporada, Ballers e The Brink. Me agradeça depois 🙂